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Agência de Notícias

Últimos dias para visitar a “Festa do Cauim” no Museu Goeldi

Após mais de dois anos em cartaz e cerca de 145 mil visitantes, exposição encerra neste domingo (6). Será a última oportunidade de conferir um rico acervo da cultura material do povo Ka’apor
publicado: 04/11/2016 16h30, última modificação: 12/03/2018 14h36

Agência Museu Goeldi – Durante a lua cheia do mês de outubro, os membros do povo indígena Ka’apor dão nome às suas crianças, casam-se, empossam seus novos chefes e reafirmam suas identidades. Tudo acontece durante a chamada “Festa do Cauim”, que tem como importante elemento a bebida fermentada de caju, o cauim, que exige longos preparativos e rituais.

Povo Ka'apor habita a Terra do Alto Turiaçu, no norte do MaranhãoA exposição “A Festa do Caium - Ka'apor  akaju  kawĩ   ta’yn  muherha”, aberta desde outubro de 2014 na “Rocinha” do Museu Paraense Emílio Goeldi,  é dedicada a essa celebração, que marca vários ritos de passagem do povo indígena Ka’apor como batizados e apresentação de jovens filhas à sociedade.

Desde sua estreia, a exposição já recebeu cerca de 145 mil visitantes. Quem ainda não conferiu A Festa do Caium ou quer rever a exposição tem até o próximo domingo (6) para fazê-lo. Após essa data, ela será desmontada para instalação da próxima grande mostra do Museu Goeldi, “Transformações”, que falará com o público sobre as transformações sem precedentes realizadas pelo homem na superfície terrestre.

Colaboração – A autoria e montagem da exposição foram compartilhadas com os Ka’apor – não confundir com os Kayapó -, que sugeriram o tema e construíram os conteúdos em conjunto com o Museu Goeldi e o Museu de Etnografia de Leiden, na Holanda, parceiros no projeto. A abertura oficial da exposição contou com um grupo de 42 indígenas da etnia, entre adultos e crianças, da Terra Indígena Alto Turiaçú (MA).

Na ocasião, eles demonstraram parte dos rituais que formam a Festa do Cauim, com a realização de cerimônia de batismo de algumas crianças da etnia, o que aconteceu pela primeira vez fora da aldeia. Reforçaram também a luta que travam contra madeireiros ilegais e os desafios que enfrentam para garantir o direito ao seu território ancestral.

De acordo com Wanda Okada, coordenadora de Museologia do Museu Goeldi, os resultados da exposição foram excelentes. “Não apenas pela exposição, mas pelo conjunto de ações que foram realizados a partir dela, como a venda artesanatos, lançamento de livro e visitas guiadas com a própria curadora da mostra, a antropóloga e pesquisadora do Museu Goeldi Claudia Lopez”, explica Wanda.

Exposição - Durante o trajeto expositivo de “A Festa do cauim”, os visitantes podem conferir objetos de arte plumária, cestaria, flechas, adornos de miçangas e sementes, desenhos, além de indumentárias masculinas e femininas do povo Ka’apor.

Foram trazidos ainda das aldeias Ka’apor peças de caça, pesca e adornos feitos especialmente para a exposição, e que podem ser manuseadas por visitantes com baixa visão ou deficiência visual completa.

Outro ponto importante da mostra são fotografias do acervo do Museu do Índio e vídeos de registro da festa do Cauim, com imagens capturadas na década de 1960 e em 2007 nas aldeias Ka’apor. Assim, é possível observar cada detalhe dos rituais envolvidos na festa, além de mudanças no modo de vida do povo indígena, suas reinvenções e a vivacidade de sua cultura.

 

Serviço

Últimos dias da Exposição “A Festa do Caium - Ka'apor  akaju  kawĩ   ta’yn  muherha”

Local: Rocinha (Pavilhão expositivo Domingos Soares Ferreira Penna), no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. Av. Magalhães Barata, 376, São Braz, Belém – PA

Data: Até o próximo domingo (06/11), das 9h às 15h.

Ingresso no Parque Zoobotânico custa R$3, com meia entrada para estudantes, gratuidade para crianças até 12 anos incompletos e idosos acima de 60 anos.

 

Texto: Uriel Pinho