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Agência de Notícias

Plantas Úteis da Serra de Carajás: espécies associadas a sítios arqueológicos

Livro do Museu Goeldi aponta diferentes espécies vegetais úteis, manejadas ao longo do processo de ocupação humana da região amazônica e que foram encontradas, muitas vezes, em vegetação associada a sítios arqueológicos de uma das maiores províncias minerais do mundo.
publicado: 27/08/2019 14h00, última modificação: 27/08/2019 14h18

Agência Museu Goeldi – A Floresta Nacional de Carajás, localizada no sudeste do Pará, é uma região caracterizada pela riqueza de recursos minerais e relevos acidentados com afloramentos de rochas ferruginosas. É também um dos mais importantes locais de estudos sobre a história da ocupação humana na Amazônia. Ali, pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi e parceiros, associando estudos arqueológicos, botânicos, de solos e métodos preditivos, encontraram um grande complexo de sítios arqueológicos na bacia do rio Itacaiúnas que contam uma história de 11 mil anos.

O livro “Plantas Úteis da Serra de Carajás: espécies associadas a sítios arqueológicos”, publicado pela Editora do Museu Goeldi e assinado pelos pesquisadores Ronize da Silva Santos, Pedro Glécio Costa Lima, Karen Cibelle Lameira da Silva, Márlia Coelho-Ferreira e Marcos Pereira Magalhães, traz para o público algumas das espécies vegetais encontradas naquela região, e que fazem parte da história da ocupação humana na Amazônia. A obra será lançada dia 28/08, às 17h, na 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e Multivozes.

Os estudos botânicos foram desenvolvidos no âmbito do Projeto Arqueológico Carajás (PACA), coordenado pelo arqueólogo Marcos Pereira Magalhães, que mapeou sítios de abrigos e a céu aberto localizados nas serras Norte e Sul e nas terras mais baixas da região de Carajás. A área estudada da Flona de Carajás, devido as suas peculiaridades ecológicas e arqueológicas, é especial e chama a atenção para a vegetação que apresenta características sobre a interação entre pessoas e plantas, ao longo de milhares de anos.

De 2013 a 2016, inventários florísticos foram realizados em ambientes do entorno de sítios arqueológicos. Os pesquisadores encontraram diferentes fitofisionomias que comportam florestas ombrófilas, florestas estacionais, vegetação inundada com presença de palmeiras e vegetação de canga.

As quatro dezenas de espécies apresentadas no livro ilustrado “Plantas Úteis da Serra de Carajás: espécies associadas a sítios arqueológicos” foram selecionadas pelos autores por sua relevância na flora local e por sua importância cultural e econômica na Amazônia. E muitas têm sido utilizadas e manejadas desde 11 mil anos atrás. Entre as espécies inventariadas o leitor encontrará o açaí, castanha-do-pará, caju-anão, ananás-bravo, unha-de-vaca, piquiá, barbatimão, uxi, alecrim-do-mato, buriti, jurema, bacaba-de-leque, jaborandi, etc.

Os autores listaram as plantas pelo nome científico e popular, relacionando fotos e dados diversos como descrição, ocorrência e usos para alimentação, medicina, atração de caça, combustível e produção de materiais para fins bastante diversos.

 

Outro lançamento desta quarta-feira (28):

 

A origem antrópica da Amazônia

Organizado pelo pesquisador do Museu Goeldi, Marcos Pereira Magalhães, o livro “A humanidade e a Amazônia: 11 mil anos de evolução histórica em Carajás” desmistifica a ideia de que a Amazônia é um espaço intocável. A obra é resultado de longa pesquisa realizada nas serras sul e norte de Carajás e será relançada durante a 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes.

O livro aborda em seus oito artigos mais de 30 anos de pesquisas arqueológica e etnobotânica na maior província mineralógica do planeta. Além disso, são apresentadas e discutidas uma série de evidências que apontam a interferência de populações indígenas pré-históricas na Amazônia há mais de 11 mil anos.

O pesquisador detalha o processo de evolução dessas populações que em diferentes lugares selecionaram e manejaram plantas úteis, resultando nas paisagens que até então eram consideradas naturais. Essa teoria destaca o conhecimento dos povos indígenas e seu critério na seleção das espécies. O livro foi lançado em outubro de 2018 e marcou o encerramento das atividades do Projeto Arqueológico Carajás (PACA).

 

Serviço | Museu Goeldi na 23° Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes

Lançamentos dos livros:

Plantas úteis da Serra de Carajás: espécies associadas a sítios arqueológicos – Ronize da Silva Santos, Pedro Glécio Costa Lima, Karen Cibelle Lameira da Silva, Márlia Coelho-Ferreira e Marcos Pereira Magalhães;

A humanidade e a Amazônia: 11 mil anos de evolução histórica de Carajás – Marcos Pereira Magalhães.

Dia: 28/08/2019

Hora: 17h

Local: Estande do Museu Goeldi, Setor das Editoras Universitárias, Hangar Centro de Convenções.