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Pesquisa calcula riscos para litoral da ilha de Mosqueiro

Método permite identificar áreas potencialmente afetadas por danos resultantes das mudanças climáticas, com destaque para o aumento do nível de inundação na zona costeira amazônica. Estudo foi um dos trabalhos premiados no Seminário de Iniciação Científica do Museu Goeldi.
publicado: 19/07/2017 16h00, última modificação: 23/07/2017 11h25
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pesquisador e bolsista em coleta de dados na Ilha de Mosqueiro

Agência Museu Goeldi – A Ilha de Mosqueiro, distrito do município de Belém (PA), possui baixo grau de vulnerabilidade relacionado à inundação. Por outro lado, possui alto de grau de vulnerabilidade associado ao derramamento de óleo. Essa é a conclusão de estudo premiado no XXV Seminário de Iniciação Científica do Museu Paraense Emílio Goeldi.

Intitulado “Índice de vulnerabilidade costeira aplicado a uma ilha fluvio-estuarina – Ilha de Mosqueiro (Belém-PA)”, o trabalho de autoria do estudante de Engenharia Ambiental Yago Parente, foi orientado pelos geólogos Amilcar Mendes e José Berredo Reis da Silva, pesquisadores do Programa de Estudos Costeiros (PEC) do Museu Goeldi.

pesquisador e bolsista em coleta de dados na Ilha de MosqueiroO estudo de Yago foi um dos três trabalhos premiados na sessão Ciências da Terra e Ecologia, e teve por objetivo desenvolver o diagnóstico e o prognóstico da vulnerabilidade costeira da Ilha de Mosqueiro, em escala de 1:25.000, uma das quatro dezenas de ilhas que fazem parte da região metropolitana de Belém.

Foram utilizados dois índices para definição da vulnerabilidade da ilha. O primeiro é o Índice de Vulnerabilidade Costeira (IVC-Padrão), que leva em consideração seis variáveis: geomorfologia, variação da linha de costa, declividade, cenários de elevação do nível médio do mar, altura significativa de ondas e amplitude de maré.

O segundo índice utilizado é o chamado Índice de Vulnerabilidade Costeira ao Derrame de Derivados de Petróleo (IVC-DDP), que integra o índice de sensibilidade do litoral, variação da linha de costa, infraestrutura urbana e a vegetação.  

O bolsista PIBIC, Yago Parente, ressalta como destaque as características abordadas e a abrangência da análise no trabalho premiado. “A gestão costeira é um tema bastante relevante atualmente, pois a região litorânea é considerada altamente suscetível e à processos erosivos, inundações e à acidentes que envolvam o derrame de óleo e derivados. Ainda mais em regiões inseridas em áreas de influência direta de instalações portuárias, com trafego de embarcações constante e intenso ou com zonas de fundeio, como é o caso da Ilha de Mosqueiro”, explica Yago.

Para o desenvolvimento do trabalho, a equipe realizou um mapeamento sistemático da linha de costa da Ilha de Mosqueiro – dado a ser considerado na elaboração de planejamento e gerenciamento costeiro da área.

Sobre a formação acadêmica e profissional, o pesquisador Amilcar Mendes ressalta a oportunidade do aluno bolsista aplicar o conhecimento técnico-científico na prevenção e resolução de problemas ambientais na zona costeira amazônica. “Outro ponto importante foi possibilitar ao estudante a atmosfera de produção cartográfica de apoio à gestão, ou seja, a oportunidade de elaboração de produtos cartográficos voltados para subsidiar ações de prevenção e remediação de impactos causados por eventuais derrames de óleo”, acrescenta o pesquisador.

Ilha de Mosqueiro – Distante a aproximadamente 80 quilômetros de Belém, a Ilha de Mosqueiro possui cerca de 20 quilômetros de linha de costa, com destaque para o setor noroeste, onde concentram-se as praias estuarinas. Segundo o IBGE, a região possui 212 quilômetros quadrados de área e uma população de 27 mil habitantes. Maior distrito de Belém, a Ilha é famosa pelas suas praias de água doce, recebendo grande número de visitantes durante as férias.

Programa de Estudos Costeiros –Criado em 1997, com o foco nos ecossistemas costeiros amazônicos, considerando tanto aspectos ambientais quanto sociais, o Programa de Estudos Costeiros (PEC) do Museu Goeldi objetiva gerar conhecimento para subsidiar a gestão territorial, o manejo da natureza e a formação de políticas públicas, relacionadas com a conservação e o uso inteligente dos recursos naturais. O PEC é uma ação multidisciplinar pioneira para o conhecimento integrado da região costeira da Amazônia.

Comparada às outras áreas costeiras do Brasil, a zona costeira amazônica é marcada por importantes peculiaridades: é o local onde são encontrados os maiores bosques de manguezais do país e onde deságua o rio Amazonas, responsável por 16% de toda água doce que chega aos oceanos. A área também abriga três regiões metropolitanas em sua faixa litorânea – Belém (PA), Macapá (AP) e São Luís (MA).

PIBIC - Ao todo, mais de 80 pesquisas realizadas por estudantes de graduação e orientados por pesquisadores da instituição foram apresentadas no XXV Seminário de Iniciação Científica do Museu Paraense Emílio Goeldi. Acesse aqui os resumos dos trabalhos deste ano.

Texto: Phillippe Sendas.