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Agência de Notícias

Nem tudo que é natural é saudável

Engana-se quem pensa e consome produtos naturais como se, necessariamente, saudáveis fossem
publicado: 26/06/2013 11h00, última modificação: 14/08/2017 10h48

Agência Museu Goeldi - Em muitos itens de consumo rotineiro, podem estar escondidos perigos à saúde humana. Estudos científicos são estratégicos na identificação desses riscos.

Determinar elementos tóxicos, tais como metais, em ervas, vendidas como antidiabéticas no Mercado do Ver-O-Peso é o objetivo de pesquisa no Museu Goeldi. Leandro Cordovil dos Santos, bolsista de iniciação científica, analisa material tradicionalmente comercializado para preparo de chás a base de folhas insulina (Cissus sicyoides), de pata de vaca (Bauhinia variegata), de pedra de caa (Myrcia sphaerocarpa) e cipó-miraruíra (Salacia impressifolia).

Em uma análise preliminar, não foram encontrados elementos-traço essenciais que produzam os efeitos antidiabéticos pelos quais os chás são vendidos. A concentração do elemento-traço, Vanádio – que apresenta, do ponto de vista farmacológico, comportamento similar ao da insulina – não apresentou o nível desejado a ponto de combater os níveis de açúcar no sangue dos diabéticos.

Além de não apresentar os níveis necessários do elemento que combate o diabetes, os compostos - todos eles – apresentaram o elemento Ferro em nível superior ao recomendado, tolerado para esse metal, de acordo com normas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O estudo ainda realiza testes para verificar se, ao serem processadas, as folhas desidratadas transferem aos chás o mesmo teor de substâncias tóxicas.
Pescado – Também sob a orientação da Dra. Cristine Amarante, está em andamento pesquisa de autoria de Gabriel de Medeiros que avalia a qualidade do pescado em amostras comercializadas no Mercado do Ver-O-Peso, em Belém.

A poluição na forma de substâncias (efluentes) despejadas em zonas de estuário como a área onde se assenta Belém pode ser danosa aos alimentos provindos dos rios. 
Da alimentação do paraense, o pescado é dos itens mais relevantes e, com o crescimento desproporcionado da cidade e a ausência de infraestrutura de tratamento dos efluentes domésticos, peixes e frutos do mar em geral estão sob ameaça constante poluentes e contaminantes.

Sem resultados conclusivos, o estudo verifica níveis de metais tóxicos e potencialmente tóxicos encontrados em peixes que podem acumular e indicar a presença de substâncias contaminantes. Os resultados serão comparados ao que é aceito pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Esses estudos são representativos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) mantido pelo Museu Paraense Emilio Goeldi, através de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Serviço - XXI Seminário do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Pibic/CNPq, de 24 a 28 de junho de 2013, no Auditório Dr. Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, sito Avenida Perimetral, 1901 – Terra Firme. Solenidade de abertura às 15h.


Texto: Jimena Felipe Beltrão