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Agência de Notícias

Grupo Dmãneho e Museu Goeldi celebram o Mês dos Povos Indígenas

Indígenas da etnia Fulni-ô, de Pernambuco, realizam atividades no Parque Zoobotânico neste final de semana: danças, contação de histórias, palestras, venda de produtos artesanais e pintura corporal fazem parte da programação.
publicado: 20/04/2018 14h45, última modificação: 02/05/2018 15h56

Agência Museu Goeldi – Nos dias 21 e 22 de abril, o Grupo Dmãneho, formado por quatro indígenas da etnia Fulni-ô, estará no Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi para realizar diversas atividades em celebração ao Mês dos Povos Indígenas. Os visitantes do Parque vão poder acompanhar a apresentação de danças típicas, contação de histórias e palestras, adquirir produtos artesanais e fazer pinturas corporais.

Formado por Lilisaka, Txidjo, Tsaikya e Fletutxia, o grupo é oriundo de uma aldeia localizada no município de Águas Belas, em Pernambuco, e viaja pelo Brasil para mostrar a cultura de seu povo e alertar para a preservação da identidade dos povos indígenas, assim como o cuidado com a natureza. É a primeira vez que indígenas da etnia Fulni-ô vêm à região Norte. 

Sobre os Fulni-ô – Os indígenas da etnia Fulni-ô vivem em uma aldeia localizada a 500 metros da sede do município de Águas Belas (PE). Na língua yaa-tê, o nome Fulni-ô significa “povo da beira do rio” e sua origem está relacionada ao rio que corre ao longo da aldeia. Antigamente, eram conhecidos como índios carijós.

O povo Fulni-ô tem um histórico de luta e resistência ao domínio da cultural ocidental. A preservação da língua, dos costumes e rituais são algumas marcas desta resistência. “Nós somos uma das poucas etnias da região que ainda conseguem preservar o idioma, as danças e os cantos. A maioria já perdeu”, conta Txidjo Fulni-ô.

Atividades – Para Txidjo Fulni-ô, a preservação dos costumes de seu povo acabou possibilitando a captação de recursos para a sobrevivência das pessoas na aldeia. “Nós saímos pelo país, mostrando a nossa cultura e vendendo nossos artesanatos. É uma forma de garantir o sustento de nossas famílias, já que muitas vezes nos falta caça, pesca e outros produtos para nossa sobrevivência”, relata. 

Entre os artesanatos confeccionados estão maracás, flechas, brincos, tererê (um tipo de prendedor de cabelo), apitos, anéis, pulseiras, colares e cocar. Nas danças conhecidas como Kafurna, que duram em média três minutos, os homens formam grupos em círculo e fazem cantos específicos, como forma de agradecer à natureza.

O grupo também realiza palestras para alertar e conscientizar as pessoas para o cuidado com a natureza. “Eles são totalmente ligados a natureza, seja pelos seus costumes, seja para a obtenção de recursos. Fazer essa conscientização é uma forma de preservar, também, a cultura de seu povo”, declara Paulo Flexa, responsável por organizar a vinda dos Fulni-ô ao Pará. Eles também farão contação de histórias sobre os costumes de seu povo e pinturas corporais.

As atividades fazem parte da programação do Mês dos Povos Indígenas do Museu Goeldi e conta com o apoio da Coordenação de Museologia e do Serviço do Parque Zoobotânico da instituição.

Texto: Hojo Rodrigues

 

Serviço | Grupo Dmãneho no Museu Goeldi | Mês dos Povos Indígenas

Dias e hora: 21 de abril - 9h às 14h30.

                   22 de abril - 9h às 17h.

Local: Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.