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Fundo britânico busca parceiros e beneficiários na Amazônia Oriental

A iniciativa, que objetiva financiar pesquisa, promover inovação e formação de especialistas em países emergentes, reuniu a comunidade acadêmica e possíveis parceiros patrocinadores no Museu Goeldi
publicado: 08/04/2015 16h45, última modificação: 20/02/2018 10h31
Exibir carrossel de imagens João Cunha Instituição de Ciência são parceiras em potencial do fundo britânico

Instituição de Ciência são parceiras em potencial do fundo britânico

Agência Museu Goeldi – Quando se fala em distribuição de recursos para ciência e tecnologia, o Norte e Nordeste vivem um descompasso histórico em relação às outras regiões brasileiras. Focando preencher essa lacuna, o Fundo Newton, iniciativa britânica para investimento nesses campos, fez uma rodada de apresentação durante a terça-feira (7) no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém.

Instituição de Ciência são parceiras em potencial do fundo britânicoO fundo opera em 15 países emergentes construindo parcerias entre instituições britânicas e locais nas áreas de pesquisa, inovação e formação de pessoas. “Queremos prospectar novos parceiros financeiros na Região Norte e tornar públicas as chamadas e oportunidades de financiamento para a comunidade científica e acadêmica do Pará e da Região Norte como um todo”, disse Rui Lopes, gerente do Fundo Newton pela Embaixada Britânica.

Além da Embaixada, três consórcios britânicos compõem o Fundo Newton. Juntos, eles garantem um recurso de £ 27 milhões para financiar programas científicos e tecnológicos no Brasil até 2016. Um critério fundamental é que os projetos atendidos tenham relevância para o desenvolvimento social e econômico do país.

“É muito propício estarmos no Museu Goeldi discutindo desenvolvimento a partir da ciência e tecnologia. A instituição demonstra um grande poder de articulação na Amazônia Oriental e está relacionada a pautas importantíssimas, especialmente quando se pensa em desenvolvimento sustentável na região”, afirmou Camila Morsch, gerente sênior do British Council, organização integrante do Fundo Newton.

Para o diretor do MPEG, Nilson Gabas Jr, sediar as reuniões do fundo britânico no Pará consolida o papel do Museu Goeldi como incentivador do estabelecimento de redes de pesquisa na região. “As instituições científicas na Amazônia tem uma quantidade enorme de pesquisadores à procura de nicho e recursos para desenvolver ciência. E nós exercemos a função de instigadores.”

Para co-financiar – Pela manhã, lideranças de instituições de ciência e fomento à pesquisa do Pará e Amapá se reuniram no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi para conhecer as oportunidades do Fundo Newton. Estavam presentes membros da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), Secretaria de Tecnologia do Estado do Amapá, Banco da Amazônia (Basa), Fundação de Amparo à Pesquisa no Pará (Fapespa), Eletronorte, Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT – Guamá) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-PA).

Fundo Newton lançarã chamadas públicas neste mês para pesquisadoresA diretora de gestão técnica da Fapespa, Sibele Bitar, encarou o evento como uma possibilidade de fortalecer a parceria com o fundo. Com a mediação da Fapespa, o projeto da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) “Novel strategies for the recovery of deforested and degraded landscapes in the Amazon region: sustainable solutions for energy-food-water services” foi aprovado, para receber financiamento da chamada pública do Newton de 2014 e do Conselho Britânico. A fundação vai investir cerca de R$ 220 mil no projeto, enquanto o fundo britânico financiará o restante. “É o momento para que ampliemos essa demanda ao Fundo Newton com um número maior de propostas de suma importância para o Estado a serem submetidas e aprovadas”, afirmou Sibele.

Para Rui Lopes, o financiamento conjunto entre o fundo e órgãos regionais é um motivo de maior engajamento entre os dois países envolvidos na parceria. “O co-financiamento tem o objetivo de engajar a comunidade científica localmente também, para que seja de fato uma colaboração parceira e horizontal entre os países”, falou

Como participar – A segunda parte da apresentação aconteceu às 14 h e foi direcionada para os possíveis beneficiários do financiamento. No Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, localizado do bairro da Terra Firme, pesquisadores, bolsistas e demais membros da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Universidade Estadual do Pará (UEPA), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPa), Centro de Ensino Superior do Pará (Cesupa), Embrapa Amazônia Oriental e do MPEG conheceram possibilidades atualmente abertas e como inscrever projetos futuros para participar do Fundo Newton.

As próximas chamadas públicas, que são processos de seleção abertos para projetos de ciência e tecnologia, serão abertas em abril e seguem durante todo o primeiro semestre de 2015. Além do desenvolvimento de pesquisas entre instituições nacionais e do Reino Unido, existem linhas para intercâmbio bilateral e realizações de workshops em diversas áreas da cultura científica.  O calendário e conteúdo das chamadas podem ser acessados no site do fundo britânico.

De acordo com a pesquisadora do Museu Goeldi, Idemê Amaral, as oportunidades apresentadas podem ser uma fonte interessante de recursos para a ciência “É um leque para todos os níveis de pesquisa, desde a iniciação científica até os pesquisadores seniores”, afirmou.

Texto: João Cunha