Agência de Notícias
Fundo britânico busca parceiros e beneficiários na Amazônia Oriental
Instituição de Ciência são parceiras em potencial do fundo britânico
Agência Museu Goeldi – Quando se fala em distribuição de recursos para ciência e tecnologia, o Norte e Nordeste vivem um descompasso histórico em relação às outras regiões brasileiras. Focando preencher essa lacuna, o Fundo Newton, iniciativa britânica para investimento nesses campos, fez uma rodada de apresentação durante a terça-feira (7) no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém.
O fundo opera em 15 países emergentes construindo parcerias entre instituições britânicas e locais nas áreas de pesquisa, inovação e formação de pessoas. “Queremos prospectar novos parceiros financeiros na Região Norte e tornar públicas as chamadas e oportunidades de financiamento para a comunidade científica e acadêmica do Pará e da Região Norte como um todo”, disse Rui Lopes, gerente do Fundo Newton pela Embaixada Britânica.
Além da Embaixada, três consórcios britânicos compõem o Fundo Newton. Juntos, eles garantem um recurso de £ 27 milhões para financiar programas científicos e tecnológicos no Brasil até 2016. Um critério fundamental é que os projetos atendidos tenham relevância para o desenvolvimento social e econômico do país.
“É muito propício estarmos no Museu Goeldi discutindo desenvolvimento a partir da ciência e tecnologia. A instituição demonstra um grande poder de articulação na Amazônia Oriental e está relacionada a pautas importantíssimas, especialmente quando se pensa em desenvolvimento sustentável na região”, afirmou Camila Morsch, gerente sênior do British Council, organização integrante do Fundo Newton.
Para o diretor do MPEG, Nilson Gabas Jr, sediar as reuniões do fundo britânico no Pará consolida o papel do Museu Goeldi como incentivador do estabelecimento de redes de pesquisa na região. “As instituições científicas na Amazônia tem uma quantidade enorme de pesquisadores à procura de nicho e recursos para desenvolver ciência. E nós exercemos a função de instigadores.”
Para co-financiar – Pela manhã, lideranças de instituições de ciência e fomento à pesquisa do Pará e Amapá se reuniram no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi para conhecer as oportunidades do Fundo Newton. Estavam presentes membros da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), Secretaria de Tecnologia do Estado do Amapá, Banco da Amazônia (Basa), Fundação de Amparo à Pesquisa no Pará (Fapespa), Eletronorte, Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT – Guamá) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-PA).
A diretora de gestão técnica da Fapespa, Sibele Bitar, encarou o evento como uma possibilidade de fortalecer a parceria com o fundo. Com a mediação da Fapespa, o projeto da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) “Novel strategies for the recovery of deforested and degraded landscapes in the Amazon region: sustainable solutions for energy-food-water services” foi aprovado, para receber financiamento da chamada pública do Newton de 2014 e do Conselho Britânico. A fundação vai investir cerca de R$ 220 mil no projeto, enquanto o fundo britânico financiará o restante. “É o momento para que ampliemos essa demanda ao Fundo Newton com um número maior de propostas de suma importância para o Estado a serem submetidas e aprovadas”, afirmou Sibele.
Para Rui Lopes, o financiamento conjunto entre o fundo e órgãos regionais é um motivo de maior engajamento entre os dois países envolvidos na parceria. “O co-financiamento tem o objetivo de engajar a comunidade científica localmente também, para que seja de fato uma colaboração parceira e horizontal entre os países”, falou
Como participar – A segunda parte da apresentação aconteceu às 14 h e foi direcionada para os possíveis beneficiários do financiamento. No Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, localizado do bairro da Terra Firme, pesquisadores, bolsistas e demais membros da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Universidade Estadual do Pará (UEPA), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPa), Centro de Ensino Superior do Pará (Cesupa), Embrapa Amazônia Oriental e do MPEG conheceram possibilidades atualmente abertas e como inscrever projetos futuros para participar do Fundo Newton.
As próximas chamadas públicas, que são processos de seleção abertos para projetos de ciência e tecnologia, serão abertas em abril e seguem durante todo o primeiro semestre de 2015. Além do desenvolvimento de pesquisas entre instituições nacionais e do Reino Unido, existem linhas para intercâmbio bilateral e realizações de workshops em diversas áreas da cultura científica. O calendário e conteúdo das chamadas podem ser acessados no site do fundo britânico.
De acordo com a pesquisadora do Museu Goeldi, Idemê Amaral, as oportunidades apresentadas podem ser uma fonte interessante de recursos para a ciência “É um leque para todos os níveis de pesquisa, desde a iniciação científica até os pesquisadores seniores”, afirmou.
Texto: João Cunha