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Especialista apresenta, em Belém, novas tecnologias para preservação de línguas

Museu Paraense Emilio Goeldi e Universidade Federal do Pará, através do Programa de Pós-Graduação em Letras, promovem evento com Dr. Steven Bird, da Universidade de Melbourne, Australia. Um projeto de pesquisa investiga as diversas possibilidades de uso de tecnologias e troca de informações
publicado: 25/03/2013 11h00, última modificação: 13/08/2017 09h35

Agência Museu Goeldi – Imagine no futuro distante que a sociedade necessite decifrar línguas já extintas. Registros em ferramentas de gravação e áudio já permitem o registro de conteúdos orais que serão preservados e servirão para esse futuro de línguas extintas, mas ainda compreensíveis.

Language Preservation 2.0 é um novo projeto que aplica pesquisa em mídias sociais no desafio de gravação, transcrição e tradução de línguas do mundo. Novas tecnologias de gravação em dispositivos móveis ajudam as comunidades remanescentes a garantir que suas línguas podem ser ouvidas, compreendidas e aprendidas pelas gerações futuras. É o método mais barato e mais adequado para arquivamento de centenas de horas de linguagem falada.

Na Amazônia, pesquisadores do Museu Goeldi já fazem o trabalho de preservação e investigação de línguas ameaçadas dentre populações indígenas. Numa parceria entre Steven Bird e o Dr. Denny Moore, da Coordenação de Ciências Humanas do Museu, fizeram testes de campo na região utilizando as ferramentas da iniciativa de presevação de línguas, coordenado pelo australiano.

Como funciona - Pesquisadores utilizam o Aikuma, aplicativo Android gratuito, para gravar e traduzir literatura oral. Usuários ouvem histórias, diálogos e canções, todas classificadas por idioma e local. Eles fazem suas próprias gravações e instantaneamente as compartilham com outros usuários Aikuma na internet.
 
O aplicativo Aikuma permite que a tradução seja controlada pela voz. Funciona assim: usuários aproximam o telefone ao ouvido e ouvem, com a possibilidade de interromper para fazer um comentário ou tradução. O telefone grava o que os usuários dizem e alinha com o som original. Com isso, o  o significado também é preservado.

Um banco de dados resultante das gravações alinhadas com traduções constituirá áudio digital denominado Rosetta Stone. Ele será abrigado naLanguage Commons, uma coleção multimídia, que faz parte do Internet Archive. No futuro, será possível usar esses dados para decifrar gravações recém-descobertas de línguas há muito esquecidas.

Em apresentação única, em Belém, o Dr. Steven Bird vai demonstrar o uso do aplicativo e fornecer um conjunto de telefones Android para os participantes fazerem suas próprias experiências.

Durante o evento, Bird fará relato de  experiência do uso do aplicativo em comunidades indígenas remotas de Papua Nova Guiné e Brasil, e a absorção do intercambio de informações via redes sociais (crowdsourcing) em comunidades remotas.

Na ocasião, o pesquisador também apresentará pesquisa em andamento sobre o uso da Web 2.0 para a preservação de línguas.

O projeto Language Preservation 2.0  é coordenado por Steven Bird em colaboração com Florian Hanke e Oliver Adams, sob o patrocínio da National Science Foundation, dos EUA; Swiss National Science Foundation; e pelo Conselho de Pesquisa Australiano.

Serviço: Palestra sobre Language Preservation 2.0: "Documentação oral de línguas usando aparelhos móveis e aproveitando de intercâmbio de informações via redes sociais"(Language Preservation 2.0: Crowdsourcing Oral Language Documentation using Mobile Devices), por Steven Bird, da Universidade de Melbourne, Australia, nesta terça-feira, dia 26, às 16 horas, na Sala 9 do Laboratório de Ciências da Linguagem, no Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade Federal do Pará, Cidade Universitária “José da Silveira Neto”, Campus do Guamá, em Belém.

Confira o trabalho do Museu Goeldi:

Desafio de documentar e preservar línguas 
Portal da Linguística 
Salvaguardar línguas indígenas do Brasil 

 


Texto: Agência Museu Goeldi com informações do Dr. Steven Bird.