Agência de Notícias
Conhecimento cidadão
Conhecimento empreendedor. Ciência inovadora. Compromisso social da ciência e uso social do conhecimento científico. São alguns dos temas de entrevista do Dr. Álvaro Toubes Prata, Secretário de Desenvolvimento Tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A entrevista foi concedida durante sua estadia em Belém no final da semana passada, onde o Secretário participou do Seminário Biodiversidade, Inovação, Sustentabilidade, que celebra os 20 anos da Estação Científica Ferreira Penna, do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG). No evento pesquisadores brasileiros e britânicos discutiram possibilidades de cooperação científica.
“O Brasil precisa dar o passo adiante, quando Ciência se transforma em benefício social concreto” diz Álvaro Prata quando expõe suas idéias sobre o que o desenvolvimento tecnológico e a inovação representam para o País e para a humanidade.
Conhecer é respeitar - O ato de conhecer é um ato do cidadão em qualquer sociedade. “É nossa obrigação como cidadão conhecer a natureza, o mundo físico”, assim o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico, do Ministério da Ciência e Tecnologia, Dr. Álvaro Prata, define o papel da sociedade diante da necessidade de valorizar o seu entorno, que deve ser respeitado e que também pode ser revertido em benefício para as populações humanas.
“A herança civilizatória comprova que não se pode ignorar ou desconhecer,” indica Álvaro Prata, engenheiro mecânico de formação, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
É através do conhecimento, do que se aprende que é possível operar mudanças que tragam melhorias para a vida cotidiana. Na perspectiva de Álvaro Prata, a educação se comprova cada vez mais importante. “O conhecimento leva ao respeito à natureza, à inserção social e a oportunidades onde a natureza é vista como patrimônio”, diz o Secretário.
Para Álvaro Prata, respeitar a vida - prática essencial em sociedade - é parte das verdades fundamentais e não das momentâneas, onde hábitos equivocados têm levado a ameaçar o frágil e delicado equilíbrio do Planeta.
Em busca de benefícios – A capacidade inventiva do ser humano promove inúmeros benefícios para melhorar a qualidade de vida na Terra. Descobrir uma Floresta Nacional como a de Caxiuanã, onde o Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), unidade de pesquisa do MCTI, mantém há 20 anos, a Estação Científica Ferreira Penna, é uma tarefa que requer “cuidado e delicadeza” disse o Secretário de desenvolvimento tecnológico, Dr. Álvaro Prata.
O Brasil tem tesouros que precisa cuidar e “cuidar significa conhecer”. Mas, para o Secretário, é preciso transformar a riqueza do conhecimento científico em proveito para a sociedade. “Incorporar a informação gerada pela Ciência à cultura, ao cotidiano, transformando, por exemplo, as condições do saneamento, da saúde,” é uma das muitas maneiras de trazer o conhecimento para o uso social. “Não conhecemos os usos daquilo que descartamos, por exemplo: lixo não é necessariamente, lixo”, afirma Álvaro Prata para quem a inovação com sustentabilidade pode responder a várias demandas sociais prementes.
Para ele, ampliar a idéia do cientista observador para o cientista empreendedor é um compromisso social. Pessoas que dominam o conhecimento precisam ser inovadoras. “Convertidos para a ciência empreendedora, de cunho social podem mudar o mundo como fizeram alguns dos maiores personagens da história da humanidade”. Dentre os inovadores sociais do mundo, Prata elege: Mahatma Gandhi e Nelson Mandela.
Entrevista concedida à jornalista Jimena Felipe Beltrão, da Agência Museu Goeldi, em Belém, 4 de outubro de 2013.