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Chamada para artigos sobre óleos essenciais

Os trabalhos farão parte de um dossiê sobre Propriedades antimicrobianas de óleos essenciais. O principal editor do novo número é o pesquisador Mozaniel Oliveira, vinculado ao PCI-MPEG.
publicado: 25/05/2021 09h22, última modificação: 25/05/2021 09h22

Agência Museu Goeldi - Publicado pela editora Hindawi, o periódico científico "Evidence-based Complementary and Alternative Medicine"  (Medicina alternativa e complementar baseada em evidências, em português) abriu a chamada de artigos para a edição especial intitulada  “Antimicrobial Properties of Essential Oils" (Propriedades antimicrobianas de óleos essenciais).

Os trabalhos podem ser enviados até o dia 17 de setembro deste ano, sendo que  os artigos serão publicados no ato do aceite, independente da data de publicação do número especial.

O principal editor da publicação especial é o pesquisador Mozaniel Santana de Oliveira, vinculado ao Programa de Capacitação Institucional do Museu Paraense Emílio Goeldi (PCI/MPEG).

Ele explica que, entre outros fatores, o estudo de óleos essenciais é importante por revelar novas aplicações para os óleos obtidos a partir de produtos obtidos na floresta, como cascas, folhas, sementes e frutos.

“As aplicações dos óleos essenciais na agricultura, por exemplo, podem identificar potenciais substâncias que poderiam ser úteis em áreas de manejo para o controle de espécies invasoras”, explica.

“Na indústria de alimentos, com as novas tendências de alimentação saudável, os óleos essenciais podem surgir como uma alternativa aos aditivos comerciais; já na indústria farmacêutica, como uma fonte potencial de novas drogas. Isso pode levar a um aumento na demanda por esses produtos, fortalecendo produtores locais e incentivando uma economia sustentável e a preservação de espécies nativas”, completa.

Pesquisa - No MPEG, Mozaniel trabalha com a  bioprospecção de moléculas bioativas presentes em óleos essenciais junto ao Laboratório Adolpho Ducke (LAD), coordenado pela pesquisadora Eloisa Andrade. Sua pesquisa envolve plantas aromáticas da região amazônica, entre as quais se destacam espécies como a Piper divaricatum, a Siparuna guianensis, a Bignonia nocturna, a Copaíba (Copaifera sp.) e a Myrcia eximia DC.

 “A composição química desses óleos é complexa e precisa de técnicas analíticas qualitativas e quantitativas de compostos voláteis, as quais fazemos com o auxílio de análises bioquímicas como a cromatografia de fase gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM) e a cromatografia gasosa com detector de ionização de chama (CG/DIC)”, conta o pesquisador.

Na Amazônia, esse tipo de estudo ajuda a revelar e a aprofundar o conhecimento sobre espécies de plantas com potencialidades de aproveitamento econômico por diversos setores.

Como o extrativismo da matéria-prima depende da própria permanência da floresta, essas atividades envolvem a manutenção dos ecossistemas, dos serviços ecológicos e da biodiversidade, que abriga inúmeras espécies de plantas aromáticas.

Outra oportunidade levantada por esse tipo de pesquisa é a de revelar insumos para novos produtos associados à perfumaria e à indústria cosmética, assim como aos setores alimentício e agrícola, entre outros.

“Os benefícios desse tipo de pesquisa para a ciência são as descobertas de novas espécies de plantas ricas em óleos essenciais e com potenciais atividades biológicas. Já os benefícios para a sociedade estão relacionados ao fato de que as plantas aromáticas podem ser fontes de novos fármacos a serem usados na medicina moderna, levando a uma melhor qualidade de vida”, justifica Mozaniel.

 

Serviço: A chamada para trabalhos sobre as “Propriedades antimicrobianas de óleos essenciais encerra no dia 17 de setembro. Para ler todas as instruções, acesse: https://www.hindawi.com/journals/ecam/si/652724/.

 

Texto: Brenda Taketa