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Boletim do Museu Goeldi – novidades aos 120 anos

O volume 10 do Boletim de Ciências Humanas traz artigos sobre arqueologia, antropologia, etnobotânica, linguística, museologia e história, e inaugura a nova fase na gestão editorial. Sua memória histórica de mais de um século de publicações também estará disponível aos usuários da internet.
publicado: 27/05/2015 10h30, última modificação: 22/02/2018 13h22
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Capa do Boletim de Ciências Humanas 2015

Agência Museu Goeldi – O público acadêmico está convidado para comemorar a vitalidade de um dos mais longevos títulos do campo científico, o Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, que ultrapassou os 120 anos de existência. Atualmente o Boletim do Museu Goeldi é publicado três vezes ao ano em duas versões: Ciências Naturais e Ciências Humanas. A área editorial da instituição acaba de lançar a edição n° 1 (janeiro a abril) do 10° volume do Boletim de Ciências Humanas, que focaliza a interação das disciplinas.

Clique aqui e conheça o Boletim de Ciências Humanas, cuja nova edição relaciona estudos arqueológicos, antropológicos, etnobotânicos, linguísticos, museológicos e históricos em oito artigos distribuídos na revista, e que passa por um processo de mudança de gestão editorial.

O novo editor científico do Boletim de Ciências Humanas é o linguista Hein van der Voort, que destaca os desafios: “uma fase de transição tende a trazer consigo complicações e pode levar a atrasos em várias etapas do processo editorial. Mas, graças à sua adaptabilidade a mudanças e com o esforço de todos os envolvidos, o Boletim vai poder continuar como uma das principais plataformas para a divulgação de pesquisa científica sobre a Amazônia”. Além de Hein, o Boletim de Ciências Humanas também passou a contar com Alegria Benchimol, a nova editora executiva. A equipe ainda é integrada pelas técnicas em editoração Rafaele Lima, Talita do Vale e mais sete editores associados.

Os artigos dos Boletins Ciências Humanas e Ciências Naturais estão indexados a importantes repositórios acadêmicos como o SciELO, a Zoological Records, a Scopus e outras. Clique aqui para ler a última edição do Boletim de Ciências Naturais.

Humanas - O Boletim de Humanas se dedica a publicar artigos científicos inéditos nas áreas da antropologia, arqueologia e linguística. E o cruzamento dos campos disciplinares é uma das singularidades do Boletim do MPEG. De acordo com Ana Vilacy, coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação do MPEG, “hoje há uma tendência editorial de revistas especializadas de acordo com áreas de interesse específicas, e o Boletim do Museu Goeldi é mais amplo. Ele se propõe a uma abordagem que relaciona as grandes áreas. Por isso um dos nossos desafios é sermos uma revista atrativa para os especialistas, continuar sendo um veículo de grande alcance, competitivo no cenário internacional de revistas científicas”.

Atualmente, o Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi – Ciências Humanas é avaliado como Qualis A2 em cinco áreas de avaliação da CAPES. Este exame mede a qualidade da produção científica das instituições a partir da análise de seus veículos de publicação.

Mudanças – A nova gestão estuda lançar este ano uma plataforma online de submissão e acompanhamento de artigos científicos, uma exigência dos indexadores. Para Nilson Gabas Jr., diretor do Museu Goeldi, a ação elevará a qualidade da publicação: “deveremos, assim, acelerar o processo editorial e subir um importante degrau no sentido de alcançarmos excelência na publicação das revistas, tanto a nível nacional, quanto internacional”, afirma.

Atualmente o processo de submissão é realizado de acordo com as indicações que podem ser acessadas aqui e aqui.

Acesso digital - Em parceria com a SciELO, FAPESP e Biodiversity Heritage Library, o Museu Goeldi iniciou um projeto que pretende disponibilizar em breve todas as edições das revistas lançadas desde seu surgimento em 1894. O processo de digitalização das publicações já foi concluído e, no total, 26 mil páginas foram escaneadas. Para a digitalização do acervo, foi utilizado um scaner alemão cedido pela SciELO em regime de comodato.

Além dos Boletins, outras obras raras do MPEG também estão passando pelo mesmo processo e mais de 30 mil páginas foram digitalizadas.

Para Astrogilda Ribeiro, coordenadora de Informação e Documentação do Museu Goeldi, a importância da disponibilização do acervo digital é destacada ao “propor a disseminação da informação produzida na Amazônia e o acesso aberto das obras históricas ao mundo”.

No Brasil, outras oito bibliotecas com acervo raro estão passando pelo mesmo processo.

História – Os atuais Boletins de Ciência do Goeldi foram originados a partir da criação, em 1894, do Boletim do Museu Paraense de História Natural e Etnographia, sugerido pelo então diretor do Museu Paraense, Emílio Augusto Goeldi.

O ano de lançamento do periódico coincidiu com a fundação do Parque Zoobotânico da instituição e ambos os eventos fizeram parte de um conjunto de ações institucionais implementadas pelo zoólogo suíço logo que assumiu a gestão do Museu, também em 1894.

Em sua trajetória de 121 anos, a publicação ganhou configurações editoriais distintas e teve pontos de culminância destacados em sua história por Nelson Sanjad, historiador e ex-editor científico do Boletim de Ciências Humanas.

O primeiro deles corresponde aos primeiros 20 anos do periódico (1894-1914), quando oito volumes sem periodicidade sobre pesquisas realizadas na Amazônia foram lançados.

Após esse período, outro momento importante para a publicação foi entre os anos 1950 e 1970. Na segunda metade da década de 1950 o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) federalizou o Museu Goeldi, tornando-o um departamento do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Nesse momento o periódico é resgatado, agora com o título de Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, dividido em quatro séries: Antropologia, Botânica, Geologia e Zoologia.

A terceira fase bem sucedida dos periódicos do Goeldi, de acordo com Nelson Sanjad, foi o período de 1980 a 1990, quando o MPEG deixou de ser um departamento do INPA e tornou-se uma instituição autônoma, em 1983. “Foi bom para o Boletim porque nesse momento se reformulou mais uma vez a revista e se deu fôlego à ela. Nessa ocasião foram mantidas as quatro séries com o mesmo nome: Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi – séries Antropologia, Botânica, Zoologia e depois não mais Geologia e sim Ciências da Terra”, afirma o historiador.

Após uma crise no final dos anos 1990, quando sua tiragem foi encerrada, o Boletim teve mais uma oportunidade de recomeço em 2006 quando passou por mais uma reformulação, que resultaria na criação dos atuais Boletins do Museu Paraense Emílio Goeldi – Ciências Naturais e Ciências Humanas.

Desde a última reformulação, os Boletins do Museu Goeldi mantém sua periodicidade regular e são publicados de forma quadrimensal. Hoje passam por um processo periódico de avaliação de sua política editorial, feita pelos editores associados das revistas, para verificar a necessidade de ajustes ou mudanças.

 

Texto: Mayara Maciel