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As riquezas humana e natural entrelaçadas ao Rio Capim

É o que se poderá conhecer melhor a partir da obra "Contribuições para a História Natural do Rio Capim", que será lançada nesta quinta-feira (29), pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. O destaque é para a flora e para as relações humanas no principal afluente do Rio Guamá, no Pará.
publicado: 28/08/2019 16h15, última modificação: 02/09/2019 16h08
Rio Capim

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Agência Museu Goeldi – A bacia do rio Capim, com sua área total de cerca de 40.000 km2, guarda histórias e riquezas ainda pouco conhecidas. Esses conhecimentos estão presentes na sua fauna e flora, assim como nos saberes e memórias das populações que residem em suas margens aluviais. Parte do resultado de estudos cuidadosamente realizados nessa região está presente no livro "Contribuições para a História Natural do Rio Capim", que será lançado nesta quinta-feira (29), durante a 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e Multivozes.

A obra é fruto do projeto Diagnóstico das Populações Tradicionais do Rio Capim, desenvolvido por pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), e reúne relatos antigos e atuais sobre a ocupação do rio. No decorrer dos quatro capítulos, o leitor verá retratado um pouco da virtuosidade florestal da bacia do Capim, já bastante influenciada pela intervenção humana, passando pela história de descendentes de escravos - apesar das adversidades, muitos deles permanecem habitando a região e resguardando a memória de seus antepassados.

No volume, também estão publicados relatos que instigam a continuidade de pesquisas na área, como é o caso do conflito na pesca, o assoreamento do rio, a poluição causada por mineradoras, o desmatamento, a perda de espécies nativas e o impacto sobre as populações tradicionais. Com isso, o livro faz a sua “contribuição e apelo para que o rio Capim seja visto como a riqueza de um povo que dele depende para viver", conforme explica Maria das Graça Ferraz, organizadora da obra junto com Pedro Lisboa e André Cardoso. Escolas da região receberão exemplares do livro, financiado pela Fundação Amazônica de Amparo a Estudos e Pesquisa (Fapespa) e o apoio do Clube de Ciências da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Pedro Lisboa e André Cardoso assinam conjuntamente dois capítulos, em que tratam da geografia, ocupação e biodiversidade da bacia do rio Capim, além dos engenhos da bacia do rio Guamá e da indústria canavieira no estado. Com Ana Cristina de Carvalho, falecida no decorrer do projeto, assinam capítulo sobre aspectos da flora local. A obra é dedicada à pesquisadora. Já os elementos culturais, arqueológicos, econômicos, sociais e, principalmente, ambientais da região são esmiuçados por Adão Borges.

Projeto – O projeto Diagnóstico das Populações Tradicionais do Rio Capim possui duas vertentes: uma de extensão e outra de pesquisa científica. Na primeira, intitulada “Espaço de Aprender e Sonhar”, foram trabalhados temas como inclusão digital para professores e alunos, assim como oficinas de leitura e produção de texto. Também foi realizada a I Olimpíada de Ciências do Rio Capim e adquiridos livros para a montagem de uma sala de leitura aberta à comunidade, além da implantação de um laboratório de informática.

Com enfoque da pesquisa científica foram produzidos diversos estudos sobre a região do entorno do Rio Capim, sendo o livro “Contribuições para a História Natural do Rio Capim” o primeiro compilado dos resultados. "Divulgar o resultado das pesquisas é parte integrante da missão do MPEG e deve ser parabenizada pelo portfolio que apresenta nesta edição da feira do livro. O avanço do conhecimento científico, em qualquer área do estudo, é uma grande contribuição à sociedade", afirma Maria das Graças Ferraz.

 

Mais lançamentos:

Programa de Estudos Costeiros (PEC/MPEG)

Também será lançado nesta quinta-feira (29), em formato digital, os anais do workshop "A ciência na costa amazônica: os 20 anos do Programa de Estudos Costeiros do Museu Paraense Emílio Goeldi", organizado pelas pesquisadoras Ana Yoshi Harada e Maria Inês Feijó Ramos. A publicação reúne trabalhos divulgados durante o evento realizado em 2017, no qual foi apresentado um retrato do estado do conhecimento da região costeira da Amazônia, incluindo a diversidade sociocultural e ambiental.

O Programa de Estudos Costeiros (PEC) foi criado em 1997 e une conhecimentos de pesquisadores de diversas áreas, tendo como foco os ecossistemas costeiros do Norte do Brasil. O programa interdisciplinar também vem sendo um grande agregador para a pesquisa e formação de recursos humanos, com a integração de universitários e pós-graduandos, por meio de estágios e bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além da inserção de pessoas das comunidades pesqueiras que se engajam nas ações de pesquisa.

Texto: Karolina Pavão

 

Serviço | Museu Goeldi na 23° Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes

Lançamentos dos livros:

Contribuições para a História Natural do Rio Capim – Pedro L. B. Lisboa, Maria das Graças Ferraz Bezerra, André Luiz de Resende Cardoso (orgs.)

Anais do workshop ‘A ciência na costa amazônica: os 20 anos do Programa de Estudos Costeiros do Museu Paraense Emílio Goeldi’ - Ana Yoshi Harada e Maria Inês Feijó Ramos (orgs.)

Dia: 29/08/2019

Hora: 17h

Local: Estande número 116, do Museu Goeldi - Setor das Editoras Universitárias, Hangar Centro de Convenções. (Av. Doutor Freitas, s/n - Marco, Belém – PA).