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Sessão Solene da Alepa ao Museu Goeldi: celebração e um reencontro com a história

Parte da trajetória do Estado do Pará pode ser contada no histórico das duas instituições, suas influências e relações. Solenidade também foi um momento de agradecer à alguns dos que ajudam a construir o nome e o prestígio do Museu Goeldi
publicado: 25/11/2016 12h45, última modificação: 13/03/2018 16h45

Agência Museu Goeldi – O plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA) testemunhou um reencontro com a história na última quarta-feira (23). A Sessão Solene homenageou o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), no marco dos seus 150 anos, destacando o quanto as biografias das duas instituições se cruzam e influenciam, desde os tempos do Império Brasileiro.

Origens - Eram meados do século XIX, na então Província do Grão-Pará. Guiado por um ideal de progresso pela ciência, tão marcado do pensamento positivista da época, um movimento local reivindicava a construção de um Museu de História Natural em Belém.

Personalidades do Museu Goeldi recebem condecoração na ALEPAFormado por entusiastas das ideias liberais e do republicanismo, o grupo tinha muitos representantes na Assembleia Provincial, dentre eles Joaquim Pedro Corrêa de Freitas e José Joaquim de Assis. Foram eles os autores de um projeto de Aditivo à Lei do Orçamento da Província, para destinação de verba de 600 mil-réis do Governo para criar o Museu, em 1862.

Quatro anos mais tarde, no Palácio do Governo, foi realizada a primeira reunião da Associação Philomática, organização particular de apoiadores da ciência que foi a base para finalmente ser fundado o Museu Paraense. O dia 6 de outubro de 1866 é considerado o seu marco inicial. Já no orçamento de 1866 a Assembleia Provincial destinou verbas para a instalação do Museu.

Nos próximos anos, em meio a transformações na governança da região Norte e do país, o Museu também passaria por mudanças, a começar pela integração à estrutura do Estado do Grão-Pará, em 1871 e um momento de quase desaparecimento, no ocaso da Monarquia. A retomada gloriosa na República foi com a contratação do naturalista suíço Emílio Goeldi, que idealizou a estrutura que a instituição tem hoje. Sob sua gestão, e com a contribuição do botânico suíço Jacques Huber, foi inaugurado o Parque Zoobotânico, mostra da fauna e flora amazônicas em pleno centro da cidade e até hoje um dos pontos turísticos mais visitados em Belém. Em função da contribuição decisiva de Emílio Goeldi no episódio do Contestado do Amapá, o nome da instituição viria ser acrescido o de Emílio Goeldi (1859-1871).

Revista Memórias do Legislativo, edição especial dedicada ao Museu GoeldiMemórias do Legislativo – Parte da narrativa acima, um capítulo da história paraense, está contada em “Memórias do Legislativo”, publicação da ALEPA cuja terceira edição é dedicada aos 150 anos do Museu Goeldi. Soma de um trabalho cooperativo e entrosado da Comissão de Acervo Histórico da Assembleia Legislativa e da Coordenação de Comunicação e Documentação (CID) do Museu Goeldi, a revista contém artigos, fac-símiles de documentos originais e curiosidades sobre a sesquicentenária instituição de ciência e sua relação com o Legislativo.

Inicialmente, foram impressos dois mil exemplares do periódico que serão distribuídos aos museus, escolas da rede pública, prefeituras e câmaras municipais do Estado do Pará. O lançamento da revista “Memórias do Legislativo” foi um dos pontos altos da homenagem da ALEPA, que contou também com uma exposição de painéis com imagens históricas do Museu Goeldi, em exposição no hall de entrada da Assembleia, e a condecoração com Honra ao Mérito a quinze pessoas importantes na trajetória recente do Museu.

Homenageados – As personalidades do Museu Paraense Emílio Goeldi que receberam a condecoração com Honra ao Mérito foram: a arquivista Doralice Romeiro, a técnica em cultura material Suzana Primo dos Santos, o taxidermista Manoel Santa Brígida, a doutora Benedita Barros, o educador Luiz Videira, a engenheira florestal Vera Bastos, o designer de maquetes e cenários Davi Melo, a ecóloga Ima Vieira, a antropóloga Lourdes Furtado, a etnógrafa Lúcia Hussak, a geógrafa Maria Thereza Prost, o botânico Ubiratan Moreira dos Santos, o linguista Denny Moore, a herpetóloga Tereza Ávila Pires e a arqueóloga Edithe Pereira.

A exposição está no Hall da Alepa e aberta à visitação públicaA honraria foi dada pelos relevantes trabalhos desenvolvidos em favor da produção do conhecimento científico, da educação e divulgação científica para a sociedade em geral. E cada um dos homenageados se destacou em seu campo e tem uma história singular de amor e dedicação à instituição.

Sessão solene – A proposta dos deputados Marcio Miranda e Fernando Coimbra de homenagear o Museu Paraense Emílio Goeldi, no ano em que a instituição completa 150 anos, foi aceita com unanimidade pelos deputados estaduais que atualmente compõem a ALEPA e que compareceram em grande quantidade à sessão. Um reflexo que o Museu Goeldi é reconhecido pela Assembleia e o vínculo com a casa é manifesto ainda hoje. Dentre os deputados presentes, estiveram Cássio Andrade, Hilton Aguiar, Coronel Neil, Soldado Tércio, Junior Hage, Eraldo Pimenta, Eliel Faustino, Milton Campos, Carlos Bordalo, Lélio Costa, Sidney Rosa, João Chamon, Ozório Juvenil e Cilene Couto

O secretário estadual de Ciência e Tecnologia do Pará, Alex Fiuza de Mello, dirigentes de instituições de pesquisa e ensino superior, prestigiaram a solenidade, bem como alunos e representantes dos colégios públicos Paes de Carvalho e Rui Barbosa. O prédio onde hoje funciona o colégio estadual Paes de Carvalho foi o primeiro estabelecimento a abrigar do Museu Goeldi. 

Texto: João Cunha (com informações da Assessoria de Imprensa e divulgação da ALEPA)