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Agência de Notícias

Seminário de iniciação científica do Goeldi celebra a história e mira o futuro na Amazônia

A palestra inaugural levou os jovens pesquisadores do Museu Goeldi para mergulhar nos primórdios da instituição de ciência mais antiga da região Norte do Brasil
publicado: 28/06/2016 16h00, última modificação: 26/02/2018 15h19

Agência Museu Goeldi – Origem foi a palavra mais repetida durante a abertura do XXIV Seminário de Iniciação Científica do Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG, realizada nesta segunda-feira (27). Origem do Museu Paraense, instituição científica pioneira na Amazônia e que está prestes a completar 150 anos. Origem também para estudantes universitários que começam a trilhar o caminho da pesquisa e têm no seminário do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/ MPEG) a primeira oportunidade de apresentar publicamente os resultados de seus estudos.

dia 28 - iniciacao cientificaAo recepcionar a nova geração de investigadores científicos, a coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação do MPEG, Ana Vilacy, lembrou que a sua trajetória na ciência teve início na primeira edição de seminário do Museu Goeldi, na década de 90. “É um motivo de orgulho para mim, ter iniciado minha carreira acadêmica, ter dado meus primeiros passos, em um programa como esse. Eu recordo muito bem da alegria e da sensação de ver o trabalho concluído e recompensado”, contou Vilacy, cuja especialidade é línguas indígenas amazônicas.

“Como aluna e agora membro da direção do Museu Goeldi, puder ver a evolução do PIBIC, que cresceu muito em 24 anos e serviu de porta de entrada de várias gerações que foram bolsistas e hoje são pesquisadores do Museu Goeldi e de outras instituições de pesquisa e ensino”, continua Vilacy. “Isso mostra o investimento da instituição em formar jovens cientistas para trabalhar na região [amazônica]”.

A graduanda de Engenharia Florestal e bolsista PIBIC, Karen Cibelle Lameira, participa pela segunda vez do seminário. Na Coordenação de Botânica (CBO) do Museu Goeldi, ela estuda a casca da espécie Handroanthus serratifolius, popularmente conhecida como ipê amarelo. Alguns dos interesses de Karen na pesquisa são estudar propriedades e princípios ativos para fins medicinais na casca da planta e se a variedade que é vendida nas feiras e mercados de Belém com esse fim trata-se mesmo do ipê amarelo. Para ela, fazer parte do seminário PIBIC é gratificante. “Nós vamos mostrar não só para a comunidade científica, mas também para a comunidade do entorno do Museu que participa do seminário o retorno desse investimento público nas nossas pesquisas”, comenta. “É um momento que nós compartilhamos o trabalho de um ano com a sociedade”.

A gênese do Museu Goeldi - O olhar científico para fenômenos naturais e humanos do universo amazônico foi a força que deu origem ao atual Museu Paraense Emílio Goeldi, na segunda metade do século XIX. Os 150 anos de pesquisa do Museu Goeldi no maior bioma brasileiro foi o tema da palestra inaugural da XXIV edição do seminário PIBIC da instituição. Nascido a partir da “Associação Filomática”, em Belém, no dia 6 outubro de 1866, o Museu Paraense Emílio Goeldi se consolidou como uma referência nos estudos sobre a sociobiodiversidade amazônica.

O mergulho na história institucional e da ciência na Amazônia foi conduzida pelo professor da Universidade Federal do Pará, Luís Carlos Bassalo Crispino. Doutor em Física, ele é um apaixonado pela história e foi um dos autores do livro “As Origens do Museu Paraense Emilio Goeldi (1860-1921)”. A obra, assim como a palestra, cobriu a primeira fase do Museu Paraense, do fim do Império ao nascer da República, e os nomes que ajudaram a erigi-la: Domingos Soares Ferreira Penna, Emílio Goeldi, Jacques Huber, Emilia Snethlage, Adolpho Ducke, entre outros.

De todas as figuras e histórias acerca da instituição, que hoje faz parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI, o professor Crispino absorveu e destacou uma mensagem, compartilhada em sua palestra com os jovens pesquisadores: “Mantenham a mente aberta ao olhar para a nossa região. A mente aberta é fundamental para um bom cientista”, afirmou.

Seminário PIBIC – O XXIV Seminário de Iniciação Científica – PIBIC do Museu Goeldi acontece até esta quinta-feira (30), no Campus de Pesquisa da instituição, em Belém. Nos quatro dias de Seminário, serão 88 apresentações de pesquisas feitas pelos bolsistas PIBIC do Museu Goeldi. A entrada para ouvintes no Seminário é gratuita e aberta a todos os interessados. Confira a programação abaixo.

Nesta quarta-feira (29), serão apresentados, pela manhã, trabalhos da Sessão Temática “Sistemática e Ecologia Animal”, coordenado pelo Dr. Wolmar Benjamin Wosiacki (CZO/MPEG) e avaliação do Dr. José Antônio Marin Fernandes (UFPA). A partir das 14h, começam as exposições da Sessão Temática “Ciências a Terra e Ecologia”, coordenada pela Dra. Cristine Bastos da Amarante (CCTE/MPEG) e avaliada pelo Dr. Antonio Rodrigo Fernandes (UFRA).

Na quinta-feira (30), quarto e último dia do seminário, serão apresentadas pesquisas de duas Sessões Temáticas, respectivamente: “Antropologia e Arqueologia” e “Núcleo de Inovação Tecnológica”. A primeira terá coordenação das Dras. Helena Pinto Lima (CCH/MPEG) e Alegria Celia Benchimol (CPPG/MPEG), com avaliação da Dra. Renata de Godoy (UFPA). Já a segunda será coordenada pelo Msc. Amilcar Mendes (CCTE/MPEG) e avaliada pela Dra. Simone Kuster Mitre (ITV). A programação completa pode ser acessada aqui. Confira a programação resumida abaixo.

Serviço

XXIV Seminário de Iniciação Científica – PIBIC

Local: Auditório Paulo Cavalcante, Campus de Pesquisa - Av Perimetral, 1901

28 de junho, de 8h15 às 16h45

Continuação da 1ª sessão - Sistemática vegetal e micologia, morfologia e anatomia vegetal, manejo e conservação.

2ª sessão: Sistemática e ecologia animal

29 de junho, de 8h15 às 17h30

Continuação da 2ª sessão - Sistemática e ecologia animal

3ª sessão: Ciências da terra e ecologia

30 de junho, 8h15 às 14h45

4ª sessão: Antropologia e arqueologia

5ª sessão: Núcleo de inovação tecnológica

Encerramento: Informes, agradecimentos e entrega de prêmios aos melhores trabalhos.

Texto: João Cunha