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Agência de Notícias

Olimpíadas em Caxiuanã: a história de cada um

De estudantes a instrutores das oficinas, todos têm relatos de uma experiência única
publicado: 09/10/2013 13h30, última modificação: 18/08/2017 11h42

Agência Museu Goeldi, da Floresta Nacional de Caxiuanã – Nas falas dos participantes da Olimpíada o que se vê é a preocupação com outro. Aprender para eles não significa ir adiante sozinho, mas, de preferência, caminhando com aqueles com quem dividem as mesmas dificuldades e alegrias em morar onde o rio é rua e as matas são casas.

Uma boa dose de solidariedade e de interesse pelo coletivo move a Olimpíada de Ciências que o Museu Paraense Emilio Goeldi realiza em sua Estação Científica na Floresta Nacional de Caxiuanã. Alguns depoimentos de participantes dão conta do clima que envolve o evento e seus participantes.

Aline Marques, de 13 anos integra o grupo da oficina “Era uma vez... 20 anos da Estação Científica Ferreira Penna”. Para a menina, a experiência de conhecer o passado da Estação tem sido única, principalmente pelo fato de ser “nova”. Isso não impede, porém, que reconheça a importância da base científica para a Flona de Caxiuanã e o povo que nela vive.

A jovem planeja compartilhar o aprendizado durante a Olimpíada será levado para os amigos que não puderam participar da edição da Olimpíada deste ano.

Em se tratando de consideração com os colegas, não é só a menina Aline Marques que tem esse sentimento de partilhar experiências, como ela muitos outros, a exemplo de Izidoro Moraes. O rapaz de 25 anos, lavrador e também estudante, acredita que informação e conhecimento através da educação mudam, sim, a vida de uma pessoa. Para ele, a participação na “Oficina de Memória” ministrada por Ana Cláudia Silva, do Serviço de Educação do Museu Goeldi, será compartilhada com aqueles que infelizmente não puderam vir a Estação.

Consciência ecológica - Biólogo, Rafael Nunes, foi bolsista de iniciação científica do Museu Goeldi por mais de três anos e este ano participa da Olimpíada ministrando a oficina “Aves que plantam”. Ele ensina os participantes uma das funções ecológicas mais importantes das aves que distribuem, dispersam, em termos científicos, sementes. Embora o foco seja para espécies de plantas dispersadas com a total ajuda das aves, sementes que são distribuídas com o auxílio dos cursos d´água e por outros animais também foram exemplificados para fazer comparação.

Rafael levou um grupo de dez estudantes numa incursão à floresta onde algumas sementes foram coletadas, a exemplo da aninga (Montrichardia linifera) e da virola (Virola surinamensis), para o objetivo final da oficina: a confecção de um mural com características das sementes. Segundo o biólogo, é de fundamental importância se adquirir informação sobre a importância de todos que dependem e se apropriam da floresta sob todas as formas.

Rafael Nunes, que nunca havia trabalhado diretamente com crianças, encara o desafio, que em sua novidade e dificuldade, é gratificante. A troca de experiências com os estudantes é, para o ministrante da oficina, o que há de mais promissor na atividade.

As aves também foram tema da oficina “Estudando as aves: conhecer para preservar”, da bióloga Renata Valente. Renata elencou algumas espécies ameaçadas de extinção, como a ararajuba (Guaruba guarouba), além de espécies endêmicas – que só ocorrem em determinada área, para falar da importância desses animais para o equilíbrio ambiental. Renata mostrou também aos estudantes, baseada em dados estatísticos, o quanto o desmatamento leva ao desaparecimento, não só de espécies de aves como de diversos animais, e justamente por isso, entre tantos motivos, não deve ser praticado.

As Olimpíadas encerram na quinta-feira, dia 10, na Estação Científica Ferreira Penna do Museu Paraense Emilio Goeldi, em Caxiuanã, no município de Melgaço, no Pará.

Confira a cobertura completa no Portal do Museu Paraense Emilio Goeldi.

Texto: Júlio Matos