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Agência de Notícias

Olhares sobre povos litorâneos do Brasil, Moçambique e Portugal

Publicação do Museu Goeldi e parceiros aborda o uso e a gestão das populações pesqueiras de três países de língua portuguesa.
publicado: 03/06/2015 12h00, última modificação: 23/02/2018 09h50
Exibir carrossel de imagens Gilda Ribeiro Estudantes visitam stand MPEG e conhecem livro lançado

Estudantes visitam stand MPEG e conhecem livro lançado

Agência Museu Goeldi - O que o Brasil, Moçambique e Portugal tem em comum está para além da língua falada. As áreas litorâneas destes três países de língua portuguesa, por exemplo, apresentam características semelhantes quanto a relação das populações pesqueiras com o mar, que implica em determinados modos de viver, práticas sociais de uso e gestão por meio da pesca, aqüicultura e coletas marinhas. A atual situação das populações costeiras em suas organizações e dinâmicas sociais, deram origem a publicação “Olhares cruzados sobre povos litorâneos de comunidades dos países de língua portuguesa: percepção acerca do uso e gestão de territórios em comunidades haliêuticas no Brasil, Moçambique e Portugal (Belém - Lisboa - Maputo - Nampula)”.

A publicação foi lançada oficialmente hoje (quarta-feira, 03 de junho), às 10h, durante a XIX Feira Pan-Amazônica do Livro, que acontece no Hangar Convenções e Feiras, em Belém. O livro pode ser adquirido no local, pelo valor de R$ 60,00, mas quem esteve presente durante o lançamento concorreu a um exemplar, sorteado na hora. O stand do Museu Goeldi tem sorteado livros para o público presente nos seus lançamentos. Ainda hoje, as publicações "Amazônia, zona costeira" e "Plantas aromáticas do Ver-o-Peso", serão lançadas respectivamente às 17h e 18h.

Confira aqui outras publicações do Museu Goeldi.

Pesquisa  - Além do uso e gestão dos territórios e dos recursos naturais, a publicação revela faces do diálogo intercultural e a transmissão de conhecimentos que regem o nexo social interno e além das fronteiras dos povos litorâneos falantes do português. A obra, que surgiu da necessidade de expandir os conhecimentos antropológicos sobre segmentos haliêuticos amazônicos, nasceu pela iniciativa de um projeto de Cooperação Internacional, iniciado em janeiro de 2008, que conta com equipes de três instituições referentes a cada país estudado: a Universidade do Lúrio (Moçambique), o Centro de Estudo das Migrações e das Relações Interculturais da Universidade Aberta (Portugal) e o Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG (Brasil).

A pesquisa visou a divulgação dos mecanismos de uso e gestão de territórios e seus respectivos recursos naturais em comunidades pescadoras. O estudo investigou os impactos causados por fatores como expansão urbana e ocupação desordenada, a troca de experiências entre pesquisadores em compartilhamento com instituições comunitárias, além de consolidar ações de cooperação internacional.

Foram pesquisadas em Portugal as comunidades de Sesimbra, Setúbal, Carrasqueira, Póvoa de Santa Iria, estuário do Rio Sado e Vila Chã – Freguesia do Porto. Em Moçambique (regiões do Índico), a Costa do Sol, Baía de Maputo e litoral de Pemba – capital da Província de Cabo Delgado. No Brasil, as pesquisas abrangeram os municípios de Marapanim, Marudá, Curuçá, Salinópolis e Bragança, na Zona do Salgado Paraense, e áreas estuarinas do Pará, como a orla de Belém e as ilhas circundantes, em especial, a Ilha do Combu.

A obra conta com onze autores e tem como organizadoras as pesquisadoras Lourdes Gonçalves Furtado, Maria das Graças Santana da SilvaIsolda Maciel da SilveiraIvete Nascimento e Denize Genuída da Silva Adrião, todas do Museu Goeldi, além de Emilia V. Noormahomed, da Universidade de Lúrio (Moçambique), Maria Manuela Malheiro Ferreira, Natália Ramos e Maria Beatriz Rocha-Trindade, do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais/CEMRI (Portugal).

O livro é dividido em quatro partes, além da introdução, das considerações finais e anexos. Cada um dos três primeiros capítulos aborda um país a partir de três eixos temáticos, que compreendem os temas de espaço físico e políticas de sustentação, as gentes e a organização social, e diálogo intercultural e a transmissão de conhecimentos.

 

Texto: Brunella Velloso