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O Museu Goeldi e suas paisagens culturais

Palestras, oficinas, uma nova exposição e vasta programação integram as atividades do Museu Goeldi para a 14ª Semana Nacional de Museus
publicado: 12/05/2016 15h30, última modificação: 21/02/2018 15h58

Agência Museu Goeldi – Mais antigo e o maior museu da região amazônica, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) faz parte da paisagem de Belém e da memória de seus habitantes e visitantes. Entre os dias 16 e 21 de maio, o Museu Goeldi fará parte da 14ª Semana Nacional de Museus, que celebra justamente a relação entre os museus e a sociedade. Este ano, a Semana Nacional de Museus tem como tema “Museus e Paisagens Culturais”, com coordenação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

Múltiplo e com grande capacidade de interação social, o Goeldi propicia a construção de paisagens diversas, dependendo do olhar e das relações tecidas por diferentes profissionais. “Dependendo de onde o servidor está mais envolvido, eu percebo que ele tem um olhar diferente: o Museu é um instituto de pesquisa, um centro de ciências, que tem coleções históricas, e que tem um Parque Zoobotânico”, define Maria Emília Salles, coordenadora de Comunicação e Extensão do MPEG. A mesma multiplicidade se reflete nas relações do Goeldi com seus públicos.

Ciência e comunidade - A programação do MPEG na 14ª Semana Nacional de Museus inicia com palestras nos dias 16 e 17, sempre pela parte da tarde. Na segunda feira (16) ocorrerá a palestra “A Botânica em 150 anos de Museu Goeldi”, ministrada pela Dra. Maria de Nazaré  Bastos e pelo Dr. Ricardo Secco (pesquisadores da Coordenação de Botânica do Museu Goeldi). No mesmo dia, o público pode conferir a palestra “A importância do conhecimento tradicional na recuperação de áreas alteradas”, conduzida pela Dra. Maria de Lourdes Ruivo (pesquisadora da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia).

O encontro com a ciência continua na terça-feira (17) com a Dra Lourdes Furtado (Coordenação de Ciências Humanas) que aborda o tema “Paisagens culturais diferentes, mas nem tanto: populações pesqueiras Brasil, África e Portugal”. Já “O modo expositivo dos museus de natureza: a paisagem do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi” é o assunto da palestra da Dra. Lilian Florez, bolsista de Capacitação Institucional da Coordenação de Museologia do MPEG.

dia 12 - paisagens culturais1Educação e leitura - Entre os dias 17 e 20, o Museu Goeldi promove também a Caravana da Leitura e a Trilha Literária, em parceria com a Rede de Bibliotecas Públicas de Belém e com a Fundação Cultural do Pará. A programação de leitura começa com um workshop no dia 17, sobre mediação da leitura para profissionais da educação e informação (professores, pedagogos e bibliotecários) com o objetivo de apresentar e discutir o acervo das bibliotecas Clara Galvão (MPEG) e da Arthur Vianna (Governo do Pará). As inscrições para o workshop são online (bibliotecaclaragalvao@gmail.com)  e estarão abertas até o dia 15 de maio.

Lúcia Santana, chefe do Serviço de Educação do Museu Goeldi (SEC), diz que a instituição trabalha a paisagem cultural no sentido de memória, que pode se expressar na literatura: “Essa casa lida com várias memórias coletivas. Desde as memórias indígenas, quilombolas, dos moradores de Belém, dos turistas que por aqui transitam... É uma casa de referência de identidades onde a literatura é uma forma de expressar a diversidade ambiental e cultural amazônica”.

De 18 até 20 de maio, sempre pela manhã, a Caravana da Leitura estará no espaço bambuzal do Parque Zoobotânico, com o ônibus que transporta o acervo da biblioteca Arthur Vianna e tendas onde acontecerão atividades literárias e artísticas, como rodas de literatura, o carrinho da leitura, cine-caravana, entre outros. Os convidados para o evento foram instituições escolares e parceiros como o Pro Paz, Lar Fabiano de Cristo e a Fundação de Atendimento Sócioeducativo do Pará - FASEPA.

Oficinas - A programação da 14ª Semana Nacional de Museus no Goeldi contará também com oficinas. A oficina de sementes, parte do projeto “Potencialização do Saber do Idoso”, será coordenada por Filomena Secco, do Serviço de Educação, e Izabel Videira (Prefeitura de Belém). A oficina para a melhor idade acontece nos dias 18 e 20 para os participantes ligados ao projeto.

Já a oficina “Mitos e verdades sobre os animais da Amazônia”, coordenada pelo cientista ambiental Cezar Silva, do Serviço de Educação do MPEG, acontecerá na manhã do dia 21. A atividade apresenta a fauna amazônica com o objetivo de desconstruir alguns preconceitos históricos, além de pontuar como a ciência discute esses mitos. A cobra, o sapo, a cotia, entre outros animais do Parque Zoobotânico, são os objetos da oficina.

Explorando o Goeldi - No dia 18 também acontecerá a abertura da exposição “Filhos da Mata”, do artista Sebá Tapajós. As obras estarão sediadas no Prédio da Rocinha, e são uma extensão do projeto Street River, que encheu de arte urbana as paredes das casas de ribeirinhos moradores da Ilha do Combu, no rio Guamá, em Belém. No dia 19 (quinta-feira) haverá roda de conversa e visita guiada com a participação de Sebá.

dia 12 - paisagens culturais2Também na Rocinha, no mesmo dia, acontecerá visita guiada com roda de conversa sobre a exposição “A Festa do Cauim”, que exibe um rico acervo da cultura material Ka’apor e foi montada em parceria com esse grupo indígena. A curadora Claudia López, pesquisadora da Coordenação de Ciências Humanas do Goeldi, mediará a visitação.

Vem pra roda – No dia 19 de maio, uma Roda de Memória convida para explorar as relações entre o público do Museu com o Parque Zoobotânico. A ação educativa é fruto da pesquisa da bolsista Laysa Santos. A educadora Ana Cláudia Silva, do Núcleo de Visitas Orientadas do Museu Goeldi, que orienta essa ação, explica: “A gente resolveu fazer um trabalho específico sobre essa memória afetiva. Trata da memória que desperta algum tipo de sentimento especial em um lugar, que no caso seria o Goeldi”.

A agrônoma Vera Bastos do setor Flora do Zoobotânico do Goeldi, uma das entrevistadas por Laysa, participa da Roda com o público da Semana e os alunos da Escola Pedro Amazonas Pedroso. A escola homenageou o Museu Goeldi em uma apresentação escolar sobre os 400 anos de Belém. “Eles nos convidaram para assistir. Os alunos se caracterizaram como personagens da instituição e fizeram um rap sobre o Museu Goeldi”, explica Ana Cláudia.

Neste mesmo formato, o MPEG e o Ponto de Memória da Terra Firme promovem uma roda de discussões sobre as contribuições do Museu para as transformações da paisagem cultural do bairro. Por meio de fotografias, os moradores da Terra Firme vão identificar  os espaços de memórias ativados entre Museu e comunidade. A ação é coordenada por Helena Quadros e Leidiane Alves.

Semana –  A partir dos últimos anos, o Museu se engajou efetivamente com a programação do Ibram. A instituição, que completa 150 anos em 2016, valoriza o diálogo com a sociedade civil e com outros institutos museológicos do Brasil e do Pará, por isso considera que o envolvimento com eventos desse porte é indispensável.

O MPEG contabilizou 15.677 visitantes no período da programação da Semana Nacional de Museus de 2014. Em 2015, foram 19.474 pessoas frequentando a programação. Mesmo com as mudanças ocorridas nos dias de funcionamento em setembro de 2015 e o ajuste no valor do ingresso a partir de abril deste ano, a visitação se mantém regular. “Isto nos orgulha porque é a visitação que nos motiva e impulsiona a desenvolver continuamente os programas e ações de comunicação e educação científica”, diz Wanda Okada, da Coordenação de Museologia do Goeldi.

Segundo o Ibram, é visível o impacto das programações junto ao público. No ano passado, a circulação em todos os museus aumentou em 92% durante a 13ª Semana. No mesmo anos, de acordo com a pesquisa do Ibram, 38% dos museus mapeados pela Confederação Nacional de Municípios participaram da programação do evento.

FONTES: http://www.museus.gov.br/os-museus/economia-de-museus/



Serviço

Museu Goeldi na 14ª Semana Nacional de Museus

 
// PALESTRAS
Auditório Rodrigues Ferreira, Parque Zoobotânico do MPEG (Av. Magalhães Barata, 376, São Braz)
_16 de maio | 14h às 15h30

A Botânica em 150 anos de Museu Goeldi.
Dra. Maria de Nazaré do Carmo Bastos e Dr. Ricardo Secco, com colaboração do Dr. Leandro Ferreira
e Dr. João Biratan (MPEG)

_16 de maio | 16h às 17h

A importância do conhecimento tradicional na recuperação de áreas alteradas.
Dra. Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo (MPEG)

_17 de maio | 14h às 15h
Paisagens culturais diferentes, mas nem tanto: populações pesqueiras Brasil, África e Portugal.
Dra. Lourdes Furtado (MPEG)

_17 de maio | 15h30 às 16h30
O modo expositivo dos museus de natureza. A paisagem do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.
Dra. Lilian Florez (MPEG)


// EXPOSIÇÕES
Pavilhão Domingos Soares Ferreira Penna (Rocinha), Parque Zoobotânico do MPEG (Av. Magalhães Barata, 376, São Braz)
_18 de maio | 9h às 15h
Abertura da exposição “Filhos da Mata”.

_ 19 de maio | 9h às 11h
Visita guiada com roda de conversa.
Mediação de Claudia Lopez (curadora da exposição “A Festa do Cauim – Ka’apor akaju kawi ta’yn muherha”) e Sebá Tapajós (curador da exposição Filho da “Mata”)


// AÇÕES EDUCATIVAS
Bambuzal, Parque Zoobotânico do MPEG (Av. Magalhães Barata, 376, São Braz)
 _18 a 20 de maio | 9h às 12h

Caravana da leitura e Trilha literária. O Parque como território das letras, leitura e literatura.
Ação integrada do Museu Goeldi, Rede de Bibliotecas Públicas e Fundação Cultura do Estado.

// RODAS DE MEMÓRIA
Quadra da Igreja de São Domingos, localizada no bairro da Terra Firme.
_18 de maio | 14h às 17h

Roda de memória do Ponto de Memória da Terra Firme. A contribuição do Museu Goeldi para as transformações da paisagem cultural do bairro da Terra Firme. Coord.: Helena Quadros e Leidiane Alves.

Parque Zoobotânico do MPEG
_19 de maio | 9h às 12h

Roda de memória no PZB: museu e paisagem cultural. Como o museu é percebido pela população do entorno? Formato: debate com escolas e convidados.

 

// OFICINAS

_18 e 20 de maio | 9h às 12h

Oficina de sementes. Projeto Potencialização dos saberes dos idosos. Coordenação Filomena e Isabel Videira

_21 de maio | 9h às 12h

Oficina Mitos e verdades sobre os animais da Amazônia. Coord.: Cezar Filipe Silva

 

Texto: Juliana Araujo e Uriel Pinho