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Agência de Notícias

Nascimento de animais no Parque do Goeldi

A reprodução e o desenvolvimento dos animais é resultado da dedicação dos profissionais do Museu Paraense Emílio Goeldi e indica boa qualidade ambiental
publicado: 21/11/2014 12h30, última modificação: 27/11/2017 16h36

Agência Museu Goeldi - O nascimento de animais é algo comum no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), tanto da fauna livre quanto da fauna em cativeiro. Comemorado com muita alegria pelos técnicos da área, o nascimento de animais é um indicativo da qualidade do trabalho desenvolvido pelo Museu Goeldi no manejo desses animais. Atualmente a equipe celebra dois nascimentos de grande importância para a instituição - o das tartarugas da Amazônia e dos Guarás.

O guará (Eudocimus ruber) é tido como uma das aves mais bonitas do Brasil e também como uma das principais atrações do Parque Zoobotânico do MPEG. Dois filhotes da espécie nasceram no fim do mês de outubro e desde então estão sob os cuidados dos pais guarás e da equipe veterinária do Museu Goeldi.

Uma preocupação dos funcionários quanto à reprodução dos guarás diz respeito à habitação deles em um viveiro com outras espécies de aves. A presença de outros animais pode interferir no sossego do grupo em reprodução e no desenvolvimento dos ovos. Além disso, há o cuidado com os predadores de ovos, como as iguanas, que compõem a fauna livre no Parque. Segundo o veterinário Antonio Messias Costa, desafios como esses, requerem uma minuciosa atenção dos técnicos do Parque. Messias explica que o nascimento desses animais é resultado dos cuidados gerais oferecidos à eles, tais como o manejo reprodutivo, nutricional e sanitário.

O Guará é uma ave da família Threskiornithidae e da ordem Ciconiiforme, destacada por suas patas longas e sem penas e o pescoço comprido. A espécie, quando adulta, mede cerca de 50 a 60 cm e possui bico fino, longo e levemente curvado pra baixo. Uma de suas características mais marcantes é a plumagem, que possui uma forte cor vermelha e, ao contrário do que muitos acham, não é proveniente apenas do animal. Ela depende também da sua alimentação. Quando em ambiente natural o guará se alimenta do caranguejo chama-maré (Uca maracoani), detentor de um pigmento, o conhecido caroteno, que tinge as plumas. No Museu Goeldi, a nutrição desses animais é feita com camarões, complementada com uma ração especial rica em caroteno, que substitui nutricionalmente o caranguejo chama-maré. Esse pigmento, além de dar a cor para o guará, também é importante para o sucesso reprodutivo.

A Tartaruga da Amazônia (Podocnemis expansa) faz parte da ordem Quelônio. Esta ordem inclui os jabutis (terrestres), as tartarugas (marinhas, com patas transformadas em nadadeiras) e os cágados (de água doce, com pés palmados). Curiosamente, embora a Tartaruga da Amazônia também seja conhecida pelo nome de Tartaruga Verdadeira, este quelônio na verdade é um cágado, pois vive apenas em ambiente de água doce. Essa espécie, a maior da América do Sul, possui cabeça pequena e achatada com a carapaça nas cores preta, alaranjada ou marfim, apresentando ainda manchas escuras de formato regular. Além disso, este animal que é onívoro e de hábitos diurnos, possui linhas desenhadas pela cara que variam de formato em cada animal e funcionam como impressões digitais.

As tartarugas do Museu Goeldi se reproduzem, em média, uma vez por ano e colocam por volta de 100 ovos. Ao nascerem, elas são levadas à incubadora e permanecem lá até terem a capacidade de viver sozinhas no ambiente semi-natural projetado para a espécie no Zoobotânico do Goeldi – e este espaço é um dos diferenciais do Museu Goeldi, pois a maioria desses animais em cativeiro vivem em ambiente artificial.

Atualmente, 200 filhotes estão na incubadora do Parque do Goeldi, todos nascidos neste ano de 2014. Segundo o pesquisador Antonio Messias, 90% das tartarugas sobrevivem em cativeiro, porque tem cuidados especiais e não há predadores naturais. “Essa sobrevivência é de grande importância para a conservação e evolução da espécie, já que no meio natural menos de 1% chegam à fase adulta”, afirma o veterinário.

Este auxílio à reprodução e o desenvolvimento dos animais, para que eles cresçam e cheguem saudáveis até a fase adulta, faz parte do compromisso de preservação ambiental do Goeldi, e que qualifica o trabalho da instituição no cuidado com a fauna ao contribuir para a continuidade dessas espécies.

Texto: Lorena Brito