Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Moradores temporários chegam ao Parque
conteúdo

Agência de Notícias

Moradores temporários chegam ao Parque

Filhotes de onça pintada foram resgatados na Ilha do Marajó pelo Ibama e entregues aos cuidados do Museu Goeldi
publicado: 23/07/2013 14h00, última modificação: 14/08/2017 11h12

Agência Museu Goeldi - No último dia 19, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) recebeu dois novos moradores temporários. Capturados na Ilha do Marajó pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um casal de onças pintadas ainda filhote foi entregue ao Parque Zoobotânico do Museu aos cuidados da equipe de veterinários chefiada pelo Dr. Messias Costa.

Os filhotes de onça pintada pertencem à espécie Panthera onca, predador típico das Américas do Sul e Central e em extinção, com exemplares em zoológicos espalhados pelo mundo.

Os animais têm dois meses de vida e em torno de cinco quilos cada um. De acordo com o veterinário do Museu Goeldi, Dr. Messias Costa, eles chegaram bem ao Parque, recém capturados e estão se alimentando normalmente.

Ainda segundo Messias Costa, os filhotes de onça ficarão no Parque Zoobotânico por pouco tempo, já que farão parte de um projeto de reabilitação e reintrodução à natureza em área ainda a ser definida.

Parceria - O Museu Goeldi tem contribuído com as instituições de fiscalização assegurando aos animais cuidados na chamada “fase crítica”, o período pós-captura.
Dois animais em semelhantes situações também foram entregues pelo Ibama ao Museu Goeldi em outras ocasiões e receberam tratamento, evidenciando a colaboração entre as duas instituições em casos dessa natureza.

Predador ameaçado - A captura dos filhotes de onça indica que o predador é alvo de caça ilegal na região marajoara, prática que desobedece a legislação e afeta o equilíbrio do ecossistema na região. Membros do topo da cadeia alimentar, as onças têm papel regulatório na conservação de várias outras espécies.

A ocupação humana pressiona áreas que originalmente abrigavam felinos de grande porte, em qualquer parte do mundo. No Marajó, isso também ocorre associado a atividades produtivas que desmatam grandes extensões de terra.

Manejo alimentar, refúgio e cuidados profissionais - O Museu Emílio Goeldi é ambiente tradicional de felinos de grande porte com exemplares como Bemp e Talismã, onças que viveram no Parque Zoobotânico e alcançaram mais de 20 anos de idade. Em ambiente natural, animais dessa espécie alcançam em média um terço desta idade.

Hoje, no Parque, há um macho humanizado, ou seja, inadequado para a reprodução, Guma, e a fêmea Luakã. Ambos foram encaminhados ainda filhotes pelo Ibama e seguem em exposição ao público que  visita o Museu.

 


Texto: Júlio Matos