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Agência de Notícias

Máscaras indígenas: simbologia e identidade

Durante as comemorações do Mês dos Povos Indígenas, homenagens, diálogos e informação em programação especial do Museu
publicado: 24/04/2013 15h20, última modificação: 13/08/2017 10h05

Agência Museu Goeldi – O mês de abril no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) marca série de homenagens à cultura dos povos indígenas, propiciando o diálogo com não-índios a partir da troca de saberes. Este ano, danças, exposições, trilhas interpretativas e oficinas artesanais foram abertas ao público em comemoração ao mês dos primeiros habitantes do Brasil.

Graça Santana, tecnologista da Coordenação de Ciências Humanas (CCH), em parceria com a educadora Ana Cláudia Silva, do Serviço de Educação, e de Lúcia Santana da Coordenação de Museologia, organizou a oficina “Qual é a máscara?”. A Atividade propiciou aos participantes inscritos conhecer as máscaras enquanto manifestações culturais de povos indígenas, partindo do propósito que as criações vão além do meio indígena. Para Graça Santana, “as oficinas são atividades pedagógicas que permitem gerar tecnologia e inovação”.

Qual o segredo da Máscara? - A oficina “Qual o segredo da Máscara?”, aconteceu durante as manhãs dos dias 18 e 19 de abril no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi e foi ministrada por Graça Santana e Ana Cláudia Silva. Durante a oficina, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer os valores simbólicos das máscaras indígenas desde as de cunho religioso até aquelas que têm significado, por exemplo, funerário. A oficina teve a participação de 15 inscritos entre profissionais do design, da música, da dança e estudantes dos ensinos fundamental e médio.

Graça Santana, que por 13 anos trabalhou na Reserva Técnica “Curt Nimuendajú”, acervo etnográfico da Coordenação de Ciências Humanas do Museu Goeldi, com mais de 15 mil peças indígenas de várias etnias e procedências diversificadas, trouxe para a oficina o seu conhecimento sobre a cultura indígena.

No primeiro dia de oficina os participantes foram recebidos em uma sala onde várias ilustrações de máscaras foram expostas. O vídeo “Xingu” foi apresentado para que houvesse a familiarização com o tema proposto. Além do recurso áudio visual, textos foram utilizados para permitir a discussão sobre os significados das máscaras, que segundo Graça Santana, “não são objetos para serem percebidos de forma isolada, mas presentes em vários rituais e festividades, sejam estes religiosos, educativos, entre outros”.

A oficina contou com a participação de Mário de Oliveira Neto, descendente da etnia Puruborá, que compartilhou conhecimentos com os integrantes da oficina. Mário participou da abertura da exposição “Preservando a língua dos Puruborá”, que compõe a programação do Mês dos Povos Indígenas do MPEG.

Confecção – Os participantes da oficina “Qual o segredo da Máscara?” confeccionaram suas máscaras a partir da coleta de material orgânico encontrado no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi como folhas, galhos secos e sementes.

Segundo Graça Santana, as máscaras retratam alterações no meio ambiente. Muitas comunidades indígenas utilizavam na confecção de suas máscaras elementos que com o tempo não se encontram mais disponíveis na natureza.

No processo de construção, a pergunta que deu nome à oficina foi sendo respondida pelos participante: “o segredo das máscaras está no “eu interior” daquele que a cria, segredos estes revelados a partir da interpretação do momento pelo qual se esteja passando, do sentimento do momento, bem como sobre a finalidade daquilo que foi confeccionado”, afirma Graça Santana.

As máscaras confeccionadas durante a oficina foram expostas no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.

Sobre as comemorações do Mês dos Povos Indígenas no Museu Goeldi

Como participar: “Na trilha dos Puruborá ”

Texto: Júlio Matos