Livro, Leitura, literatura e bibliotecas

Agência Museu Goeldi - O Museu Paraense Emílio Goeldi sediou o III Seminário de Leitura - Belém, cidade de leitores. Com o tema “Os desafios para a construção do Plano Municipal do livro, Leitura, literatura e biblioteca”, o evento reuniu estudantes, professores, gestores públicos, editoras, bibliotecários e demais interessados no assunto.

Realizado pelo Pólo de Leitura Resistência Guamazônica, espaço que promove a formação de leitores, o Seminário teve uma programação aberta ao público, durante o dia 24/04 (sexta-feira), que debateu políticas públicas sobre leitura e contou com a participação de representantes de órgãos como a Secretaria Municipal de Educação (SEMEC), Fundação Cultural do Município de Belém (FUMBEL), Fórum Municipal do Livro, Instituto C&A, Conselho Regional de Biblioteconomia, além do Museu Goeldi.

O principal objetivo do evento foi fomentar a criação do Plano Municipal do livro, leitura, literatura e biblioteca – PMLLLB, que está sendo elaborado no âmbito do Fórum Municipal do Livro, do qual o Museu Goeldi também faz parte.

O Museu Goeldi, instituição que em 2016 completará 150 anos, tem um rico acervo literário de cunho científico sobre a Amazônia, de referência internacional, centrado nas bibliotecas Domingos Soares Ferreira Pena, localizada no Campus de Pesquisa, e Maria Clara Galvão, sediada no Parque Zoobotânico, esta última que atualmente está sendo revitalizada.

Lúcia Santana, chefe do Setor de Educação (SEC) do Museu Goeldi, afirma que é papel da instituição incentivar a discussão sobre a promoção do livro e de cultura da leitura na sociedade amazônica. “A iniciativa de participação no Fórum e de sediar o seminário é uma forma do Museu Goeldi se posicionar como agente social que promove, apóia e desenvolve iniciativas para o desenvolvimento humano, tendo a leitura como um direito”, defende a educadora.

Lançamento - Entre as atividades do Seminário esteve o lançamento do livro “Memórias de um tempo quase ontem”, de autoria de Lourdes Gonçalves Furtado, pesquisadora do Museu Goeldi. A obra reúne crônicas baseadas na sua experiência e trajetória como antropóloga na Amazônia. Como pesquisadora titular do Museu Goeldi, Lourdes Furtado coordena pesquisas a nível nacional e internacional na linha de antropologia rural e integra o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) da instituição em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPa). Furtado é pioneira e liderança científica na área da Antropologia da Pesca na Amazônia. Sua trajetória na pesquisa iniciou no final da década de 60, no Museu Goeldi, onde dedica especial atenção ao estudo dos povos tradicionais da região.

A obra foi uma das premiadas na categoria Crônica no "Prêmio Dalcídio Jurandir de Literatura" (2012), chancelado pela Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (FCPTC). A pesquisadora define o conteúdo de seu livro como “divagações do espírito ancoradas no cotidiano”. Focando em situações e personagens recorrentes, que se ressignificam ao longo do tempo, o diálogo entre presente e passado, o “quase-ontem”, se traduz no texto a partir de observações do cotidiano. “Penso que este pequeno livro me apresenta à Literatura, o que faço com sincera humildade e vontade de aprender com os que militam neste mundo, e também pode ser uma contribuição para os propósitos do evento e do próprio Museu Goeldi”, explica Lourdes Gonçalves Furtado.

Pólo de Leitura - Visando a liberdade plena do ser humano e a construção de uma sociedade justa o “Resistência Guamazônica”, rede que une bibliotecas comunitárias de cinco entidades (Associação Berço de Belém, Espaço Cultural “Nossa Biblioteca”, Lar de Maria, Lar Fabiano de Cristo e Associação de Pais e Educadores de Moaraná) pela promoção e disseminação de livros e práticas de leituras. A rede incentiva e articula a formação de leitores no município de Belém, especialmente entre crianças, adolescentes e jovens moradores do distrito d’água formado pelos bairros do Guamá, Terra Firme, Condor, Jurunas, Canudos e São Braz.

Texto: Brunella Velloso