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Agência de Notícias

Diferentes estratégias para o estudo da flora do Pará

publicado: 02/07/2015 16h00, última modificação: 23/02/2018 10h39

Agência Museu Goeldi - O terceiro dia do XXIII Seminário de Iniciação Científica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), 1º de julho, foi dedicado ao estudo das espécies da flora amazônica. A 2ª Sessão de trabalhos, intitulada “Sistemática Vegetal e Micologia, Morfologia e Anatomia Vegetal, Manejo e Conservação”, contou com a apresentação de 21 trabalhos, que buscaram ampliar as pesquisas em algumas temáticas específicas.

Nesta matéria você pode conhecer quatro dos estudos desenvolvidos pelos bolsistas de iniciação científica na coordenação de botânica do Museu Goeldi.

Plantas aquáticas – Tanto no Brasil quanto na Amazônia ainda são poucas as pesquisas sobre plantas aquáticas – tanto do ponto de vista ecológico quanto anatomicamente. A pesquisa do bolsista Wendell Vilhena de Carvalho, graduando de Engenharia Florestal na Universidade do Estado do Pará (UEPA), dedicou-se a investigar a espécie Eleocharis geniculata, uma das principais entre as macrófitas aquáticas típicas das áreas inundáveis e inundadas que compõem a Amazônia.  

As Eleocharis são espécies que comumente apresentam variações biométricas (referentes às características físicas e comportamentais) e fenotípicas que dificultam a sua identificação. As variações estão relacionadas ao regime hídrico e aos tipos de água a que cada espécime está sujeita. O material botânico foi coletado na restinga da ilha de Itarana e no apicum do distrito de Cuiarãna, Salinópolis (PA).

O estudo “Caracterização anatômica de Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult (Cyperaceae) ocorrente em restinga e apicum no município de Salinópolis, Pará”, de Wendell Vilhena de Carvalho, foi orientado pela Dra. Alba Lúcia Ferreira Lins, pesquisadora da Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi (CBO/MPEG).

Palmeiras paraenses – Wilson Filgueira Batista Júnior, graduando em Engenharia Florestal na Universidade do Estado do Pará (UEPA), foi a campo  conhecer a composição florística e a estrutura da regeneração natural de palmeiras do estado do Pará. Investigou uma floresta de várzea localizada na Área de Proteção Ambiental da Ilha do Combu e também uma floresta de terra firme no Parque Estadual do Utinga (PEU) - duas áreas localizadas na Região Metropolitana de Belém.

O resultado da pesquisa “Florística e estrutura da regeneração de palmeiras do estado do Pará” apresenta a quantidade de indivíduos por gênero e espécie, e como a regeneração é um processo decorrente de interações bióticas e abióticas que repõem novos indivíduos nas comunidades florísticas.

O bolsista Wilson Batista Jr teve a orientação do Dr. Mário Augusto Gonçalves Jardim, pesquisador do CBO/MPEG.

Flora do Carajás – O foco da bolsista Raíssa Lima Praia Ramos, graduanda de Biologia na Universidade da Amazônia (UNAMA), foi desenvolver um estudo florístico das espécies de Chloridoideae (Poaceae) que ocorrem na região da Serra dos Carajás – região montanhosa, localizada no sudeste do estado do Pará e que abrange os municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás. Raissa analisou 28 espécimes disponíveis nos acervos dos herbários do Museu Goeldi e do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG-BHCB).

O trabalho “Flora rupestre das cangas da Serra dos Carajás: Chloridoideae (Poaceae)” da bolsista Raíssa Lima Praia Ramos, graduanda de Biologia na Universidade da Amazônia (UNAMA), teve a orientação do Dr. Pedro Lage Viana, pesquisador do CBO e curador do Herbário do Museu Goeldi. A pesquisa contribui com o projeto “Flora rupestre da Serra dos Carajás revisitada”.

As razões para estudar gramas - As plantas que compõem gramados têm grande importância no mercado de paisagismo, pois agregam alto valor estético a projetos de ambientes e podem ser usadas de diversas maneiras. No Brasil, o uso de gramíneas ganhou força recentemente e cada vez mais o mercado busca fornecedores e profissionais que trabalhem com essas plantas.

A manutenção dos gramados tem como grande obstáculo a invasão de ervas daninhas no mesmo habitat em que estão. As daninhas competem diretamente pelo espaço, água, luz e nutrientes, dizimando, em alguns casos, a vegetação de interesse por completo. A bolsista Emilene Balga, estudante de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, realizou um estudo para identificar as espécies de eudicotiledôneas presentes nas plantações de fornecedores locais da Região Metropolitana de Belém,

O experimento foi realizado no período de fevereiro a maio de 2015 no Horto Jacques Huber, da Coordenação de Botânica, localizado no Campus de Pesquisa do MPEG. Utilizando plantas coletadas de dois fornecedores, Emilena dispôs os exemplares de plantas em dois ambientes com características distintas: um com exposição à luz do sol e outro na sombra. A experiência possibilitou verificar em qual situação ocorria a contaminação das gramas por ervas daninhas.

Seminário PIBIC - O evento é realizado anualmente e conta com a participação de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do Museu Goeldi, que farão exposições de seus estudos através comunicações orais e painéis. Iniciou dia 29 de junho e prossegue até o dia 03 de julho. A última sessão temática focaliza os estudos de Antropologia e Arqueologia, Inovação e Tecnologia da Informação. Serão apresentados 20 trabalhos dessas linhas de pesquisa.

O programa PIBIC é promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico – CNPq, com o objetivo de despertar vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes de graduação universitária, mediante participação em projeto de pesquisa, orientados por pesquisador qualificado.

Serviço:

XXIII Seminário PIBIC: “A metodologia participativa como estratégia para desenvolvimento e conservação da Amazônia”.

Período: de 29 de junho a 3 de julho

Local: Auditório Dr. Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emilio Goeldi (Av. Perimetral, 1901, Terra Firme, Belém-PA)

Texto: Thiane Neves