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Dicionário Sakurabiat

Estudo da língua indígena Sakurabiat busca montar um dicionário com a gramática completa desta que é um tronco do Tupi
publicado: 28/06/2013 14h10, última modificação: 14/08/2017 11h08

Agência Museu Goeldi – Entre as línguas indígenas de tronco Tupi com maior risco de desaparecimento está a Sakurabiat, conhecida também como Mekéns, da família Tuparí. A descoberta se deve ao trabalho desenvolvido por Camille Cardoso Miranda, bolsista PIBIC do curso de Letras pela Universidade Federal do Pará (UFPA), orientada por Ana Vilacy Galúcio, pesquisadora da Coordenação de Ciências Humanas do Museu Goeldi.

Como forma de salvar essa língua, Camille e Ana Vilacy elaboram um dicionário Mekéns-Português para documentar e registrar os dados coletados com os falantes de Sakurabiat. O dicionário terá ordem alfabética e divisão por categorias semânticas.

A bolsista utiliza o Field Works Language Explorer (FLEx), programa computacional utilizado por outros lingüistas e pesquisadores, para fazer a análise léxico das línguas em estudo. A ortografia, a pronúncia e a classe gramatical, entre outras categorias, são organizadas para estruturar a ampliação do banco de dados da língua.
O projeto visa auxiliar no ensino, aprendizagem e preservação da cultura do povo Sakurabiat, já que hoje um pequeno grupo de 23 pessoas fala a língua. A mesma não está sendo transmitida às gerações mais novas e corre o risco de sumir de Rondônia, estado onde pertence a língua indígena.

Base de dados eletrônica - Os Sakurabiat também são estudados por Alana Neves, estudante do curso de Letras, da Universidade Federal do Pará (UFPA), orientada por Ana Vilacy Galúcio, do Museu. Nesse subprojeto, parte integrante do trabalho de documentação feito pela lingüista Vilacy na década de 90, tem como objetivo organizar os textos Mekens em uma base de dados eletrônica, para contribuir para o estudo e documentação da língua
.
Os textos consideram o real contexto do uso da língua e sua espontaneidade. A bolsista já conseguiu ampliar a base de dados eletrônica quando foram compilados no ano de 2011/2012, 17 textos e em 2013, 45 textos, dentro os quais grande parte já foram analisados linguisticamente.

Esse estudo complementa o trabalho realizado por Camille Miranda já que compilar as formas lingüísticas ainda não investigadas auxilia na ampliação do banco de dados lingüísticos de Mekens e na documentação da cultura do povo Sakurabiat. Os novos dados serão importantes para a criação de uma gramática completa na língua Sakurabiat.

Serviço - XXI Seminário do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq, no período de 24 a 28 de junho de 2013, no Auditório Dr. Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, sito Avenida Perimetral, 1901 – Terra Firme.

 

Texto: Silvia de Souza Leão