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Conversas sobre Arqueologia e Sociedade no Museu Goeldi

Em janeiro, a programação do “Café com Ciência” traz duas palestras que abordam as relações da Arqueologia com o turismo, a educação e a afetividade de populações da Amazônia. A entrada é livre e gratuita
publicado: 09/03/2017 12h11, última modificação: 08/04/2017 11h35
Exemplo

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Agência Museu Goeldi – Muiraquitãs. Cerâmicas Marajoaras. Pinturas rupestres de Monte Alegre. Essas são algumas das referências culturais da Amazônia e do Pará trazidas ao conhecimento público por estudos arqueológicos que acontecem na região há mais de 150 anos. Este mês, o Museu Goeldi, instituição pioneira nessas pesquisas, promove dois encontros para conversar sobre educação patrimonial e o caráter público da Arqueologia na Amazônia.

ExemploOs dois eventos fazem parte do “Café com Ciência”, programação da Coordenação de Ciências Humanas da instituição que promove periodicamente o encontro de especialistas com um público diverso. A proposta é debater questões atuais de relevância social de forma descontraída – cada participante leva algo para compartilhar no lanche ao final do encontro. Não é necessária inscrição prévia e as palestras são gratuitas e abertas a todos os interessados.

Memórias – O primeiro “Café com Ciência” de 2017 traz como tema “Memórias Afetivas dos Projetos de Educação Patrimonial no Museu Goeldi”. O evento acontece na sala 01 da Coordenação de Ciências Humanas na próxima quarta-feira (18) às 15h.

A palestrante será a professora Janice Lima, diretora do Liceu Escola Mestre Raimundo Cardoso, localizada no distrito de Icoaraci, em Belém (PA). Janice é doutoranda em Comunicação, Linguagens e Cultura pela Universidade da Amazônia e tem experiência em museologia e ensino de arte. Ela apresentará projetos de educação patrimonial realizados junto a pesquisas arqueológicas no sudeste e nordeste do Pará entre 2002 e 2012.

Em parceria com o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a mineradora Vale, esses projetos aliaram processos de pesquisa-ação com os moradores dessas áreas, envolvendo conhecimentos sobre a arqueologia e o patrimônio cultural da Amazônia, e também sobre o meio ambiente e as populações contemporâneas locais.

Cotidiano – Já na quarta-feira seguinte (25) o tema do “Café com Ciência” será “A arqueologia no cotidiano paraense: percepções acerca da visibilidade e das apropriações do patrimônio arqueológico amazônico”. A palestrante é a Profa. Renata Godoy, Ph.D. em Antropologia/Arqueologia pela Universidade da Flórida (EUA) e pesquisadora da Universidade Federal do Pará.

De acordo com a especialista, na Amazônia, percebe-se que a arqueologia habita o cotidiano das populações atuais, seja em áreas urbanas ou rurais. “Sou de Goiás, e ao chegar em Belém, muito me impressionou a quantidade de museus e instituições que expõem peças arqueológicas na cidade, em comparação com outros lugares do Brasil. A arqueologia Amazônia tem esse apelo estético, visual”, explica Renata.

A palestra, então, discutirá a visibilidade do patrimônio arqueológico amazônico em seus usos turísticos e nos enfoques da mídia impressa local. Propõe-se também um debate acerca da importância da arqueologia no cotidiano de Belém e as relações que os indivíduos constroem com esses bens materiais de outras épocas.

Interação - De acordo com a arqueóloga Helena Lima, coordenadora de Ciências Humanas do Museu Goeldi, a perspectiva é que em 2017 surjam cada vez mais ações de educação patrimonial que aproximem a comunidade das pesquisas em arqueologia do MPEG.

“A ideia é estreitar as relações entre a curadoria da reserva técnica de arqueologia do Museu e os ceramistas do distrito de Icoaraci [famoso por suas cerâmicas inspiradas em peças arqueológicas], com atividades de visitação e interação. Assim como já foi muito importante no passado e ainda é agora, queremos que as peças guardadas no Museu Goeldi continuem servindo de inspiração para esses artesãos”, pontua Helena. No ano passado, por ocasião do lançamento do livro “Cerâmicas Arqueológicas da Amazônia”, ceramistas do distrito estiveram no Museu para oferecer uma oficina de introdução a esse ofício para estudantes, pesquisadores e interessados.

 

Texto: Uriel Pinho