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Agência de Notícias

Colorindo de vermelho o céu da Amazônia

Oito exemplares de araracanga podem ser vistos no Parque Zoobotânico do Goeldi. Baixe a miniatura dessa cativante espécie monogâmica!
publicado: 20/08/2015 15h00, última modificação: 28/02/2018 10h14

Agência Museu Goeldi Simpática, sociável e tagarela. Entre as aves do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, ela é a que mais gosta de se exibir, por isso faz tanto sucesso entre os visitantes. Sabe de quem estamos falando? É da araracanga (Ara macao), animal que inaugura a série Aves e Mamíferos do projeto “Viva Amazônia”.

A araracanga conquistou a simpatia do público, que votou e a escolheu para ser tema de matéria informativa, vídeo e ter sua versão em miniatura de papel. A seleção foi através da campanha “Quero ter uma miniatura de papel”, que mobilizou o público do MPEG na rede social Facebook para eleger quatro entre oito espécies do Parque Zoobotânico do Goeldi para participarem da ação Fauna Amazônica em Miniatura.

Perfil - Distribuída em parte da América Central e da América do Sul, a araracanga é um psitacídeo caracterizado por sua plumagem colorida com predominância do vermelho. Além do rubro, suas asas têm uma faixa de penas amarelas e azuis nas pontas, uma das poucas características que a diferenciam da arara-vermelha-grande (Ara chloropterus), sua parente próxima, que também é moradora do Parque do Goeldi. Assista aqui ou aqui a um vídeo especial sobre a espécie.

Apesar de não estar listada entre as espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, foi registrado um declínio da população da araracanga em alguns lugares da América Central. Por ser uma ave exuberante, a araracanga é vítima de tráfico de animais silvestres e bastante procurada por colecionadores de aves. Sua população está estimada entre 20 mil e 50 mil espécimes, segundo dados disponíveis no site do projeto Arara.

“A ave também é ameaçada pela perda de seu meio ambiente, que são as florestas tropicais. Antigamente a espécie ocorria na mata atlântica, mas hoje em dia é restrita a áreas mais protegidas. Na região de Belém, por exemplo, há mais de 100 anos que o bicho não é registrado, mas a gente espera que com a diminuição do tráfico e com o esforço para o reflorestamento, essa ave possa ser encontrada na região daqui pra frente”, disse o Dr. Alexander Lees, ornitólogo e pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi.

Ainda de acordo com Lees, a ave tem poucos predadores naturais. “Ela raramente é vítima de predação de outras aves de rapina de grande porte como a Harpia harpyja (gavião-real). Os ovos da espécie podem ser depredados dentro dos ninhos por grandes mamíferos e cobras. Mas, hoje em dia a maior ameaça dela no meio ambiente é o ser humano”, disse.

Alimentação - Na floresta, a alimentação da araracanga está baseada em frutas e sementes duras, que ajudam no controle do crescimento do bico da ave. Em seu ambiente natural, os psittaciformes desgastam o bico perfurando sementes firmes e troncos de árvores, mas no cativeiro esta atividade precisa ser incentivada, como explica a bióloga do Parque Zoobotânico, Thatiana Figueiredo: “elas precisam triturar as sementes para gastar o bico, que vive crescendo. Então esses animais precisam comer alguns alimentos duros, como a castanha-do-Pará e algumas sementes de palmeiras, que existem no Parque e são oferecidas a elas regularmente. As rações também fazem parte da alimentação das araracangas, e que por si só são alimentos completos. Mas elas também precisam receber um alimento que encontrariam na natureza”, afirma.

No atual plantel do Parque existem 8 espécimes de araracanga em cativeiro e fauna livre. “O público visitante pode ver este animal em algumas árvores do Parque, entretanto deve-se manter distância, pois uma eventual bicada pode causar sérias lesões”, informa o veterinário do Parque Zoobotânico, Messias Costa.

Reprodução – Assim como a maioria das espécies de psitacídeos, a araracanga é monogâmica e vive aproximadamente 60 anos com um único par. “Normalmente elas voam ao lado dos seus parceiros no próprio bando”, disse Alex Lees.

Quando chegam aos 3 anos de idade estão prontas para a reprodução e constroem seus ninhos em árvores ocas como as grandes palmeiras. No Parque Zoobotânico a procriação é estimulada com a inserção de caixas que simulam ninhos dentro do viveiro. Apesar disso, ainda não houve sucesso reprodutivo da espécie em cativeiro por falta de afinidade entre os pares.

O público pode avistar a ave no Parque Zoobotânico do Goeldi de terça a domingo, de 9h às 17h.

Gostou de conhecer a araracanga? Você pode ter uma miniatura de papel da espécie. Clique aqui e baixe seu exemplar e aqui a versão para colorir.

Texto: Mayara Maciel