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Agência de Notícias

“Caxiuanã – Paraíso ainda preservado” é finalista do Prêmio Jabuti 2014

Livro que reúne pesquisas da Estação Científica Ferreira Pena, em Caxiuanã, concorre na categoria “Ciências Naturais”
publicado: 03/10/2014 15h00, última modificação: 29/09/2017 15h09

Agência Museu Goeldi - “Se conhecer a floresta de Caxiuanã já é um privilégio, mais ainda o é estudá-la nos seus mais diversos aspectos. E mesmo que as perguntas sejam muitas, a floresta é generosa nas respostas. O verdadeiro privilégio é tê-la como parceira.” Assim inicia o prefácio de “Caxiuanã – Paraíso ainda preservado”, livro que compila pesquisas feitas na Floresta Nacional de mesmo nome, localizada no arquipélago do Marajó.  A obra, publicada pelo Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), foi anunciada como uma das dez finalistas do Prêmio Jabuti 2014 na categoria “Ciências Naturais”. Veja o book trailer do livro clicando aqui.

A categoria contempla pesquisas, ensaios, textos profissionais, acadêmicos ou científicos, ou ainda textos de divulgação científica na área das ciências naturais que mais se destacaram no ano passado. Os primeiros lugares de cada categoria serão anunciados no dia 16 de outubro. Além do troféu Jabuti, dado também ao segundo e terceiro lugar, os premiados receberão a quantia de R$ 3,5 mil. A cerimônia de entrega será no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, no dia 18 de novembro.

Sobre a obra – “Caxiuanã - Paraíso ainda preservado” é a quarta publicação de uma série sobre a floresta de Caxiuanã, iniciada em 1997. São 41 artigos, escritos por mais de 140 pesquisadores ligados à Estação Científica Ferreira Pena (ECFPn), base do Museu Goeldi em Caxiuanã. A produção científica apresentada na obra se divide em seis capítulos que destacam dados da cultura, ambiente físico e sociobiodiversidade daquela que é a primeira Floresta Nacional (FLONA) da Amazônia.

É a segunda vez que um livro sobre a floresta nacional concorre ao Jabuti. A primeira publicação da série, chamada somente “Caxiuanã”, participou da edição de 1999, sendo escolhida como vencedora dentro da mesma categoria.

Segundo o pesquisador e organizador da coletânea Pedro Luiz Braga Lisboa, a expressão “paraíso” no título da obra finalista refere-se ao estado da área florestal de Caxiuanã, uma das mais preservadas de toda a Amazônia Oriental. Pedro Lisboa, que foi coordenador da ECFPn por dez anos, acredita que o andamento do Plano de Manejo para a floresta, aprovado no início de 2013, pode alterar essa conservação. “Hoje, a conservação quase perfeita da região nos dá a idéia de paraíso, mas com a futura exploração, não sabemos se esse paraíso ainda continuará conservado”, explica. 

Caxiuanã - Entre os municípios de Melgaço e Portel, no Marajó, é uma das áreas florestais mais conservadas de toda a Amazônia Oriental. Razão pela qual foi escolhida para ser o lar da estação científica do Museu Goeldi, em 1993. Passados mais de 20 anos, o local firmou-se como referência mundial em pesquisas sobre a região e um reduto científico para o Museu Goeldi e instituições parceiras. Tudo isso, mantendo a preservação quase perfeita da floresta nacional e de seus sistemas de vegetação e fauna, além da relação harmônica com as populações humanas tradicionais.

Jabuti - O Prêmio Jabuti é a mais tradicional condecoração no campo da literatura de ficção e não ficção no país, organizada há 56 anos pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).

De acordo com o site da instituição, o nome do prêmio veio do contexto da valorização da cultura popular brasileira na década de 50. Monteiro Lobato, escritor e folclorista mineiro, sugeriu o jabuti para dar corpo e personalidade ao prêmio pelo simbolismo do animal, vagaroso, porém esperto, obstinado e cheio de tenacidade para vencer obstáculos.

 

Texto: João Cunha