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Geologia, ecologia e tecnologia no seminário PIBIC/PIBITI do Goeldi

Na sessão dedicada às Ciências da Terra e Ecologia, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação nesta terça-feira, 24 bolsistas apresentam sua produção. Os trabalhos ressaltam a versatilidade e a relevância das pesquisas realizadas no Museu Goeldi para a região amazônica.
publicado: 25/06/2018 16h45, última modificação: 21/08/2018 15h08
PIBIC - Terra

PIBIC - Terra

Agência Museu Goeldi – O Seminário de Iniciação Científica do Museu Paraense Emílio Goeldi já começou e, nesta terça-feira (26), no Auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa, 24 trabalhos serão apresentados dentro da sessão Ciências da Terra e Ecologia, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, sob a coordenação das pesquisadoras Maria de Lourdes Ruivo e Cristine Bastos do Amarante. As apresentações orais e os painéis reúnem uma mostra da versatilidade das pesquisas realizadas nessas áreas pelo Museu Goeldi, reforçando o compromisso da instituição com questões importantes da Amazônia.

Desenvolvimento urbano – Pensando em práticas que levem em conta a integração com o ambiente e o uso de materiais da região, a pesquisa da bolsista Ana Carolina Reis trabalha com o conceito de arquitetura sustentável em Belém. Uma das metrópoles da Amazônia, a capital paraense registra altas médias de temperatura e os chamados “edifícios verdes” seriam uma opção eficiente no desejado conforto térmico. O trabalho de Reis abre as apresentações orais desta terça-feira, que serão avaliadas pelo pesquisador Cândido Ferreira de Oliveira Neto, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

O planejamento urbano e ambiental de Belém também é tema do trabalho do bolsista Gabriel Rosa, que fez uma análise das características socioeconômicas e ambientais da cidade, com destaque para o bairro da Marambaia, a partir do Plano Diretor Municipal. A falta de gerenciamento e a não aplicação do planejamento urbano-ambiental são responsáveis por parte significativa dos problemas identificados na área, aponta os resultados da pesquisa.

Formigas e solos – Um olhar científico lançado para as formigas, um dos grupos mais abundantes e diversificados, caracteriza o trabalho de Diego Alves, que produziu um banco de dados sobre morfologia de formigas fósseis. A bolsista Ísis Santos desenvolveu um estudo das espécies de formigas subterrâneas fazendo uma associação das espécies com os fatores abióticos do solo. Á área de análise foi o Parque Estadual do Utinga, em Belém.

Com amostras retiradas de seis áreas pertencentes à empresa Hydro Paragominas, o trabalho da estudante Yorrana da Silva faz uma avaliação da eficiência do método alternativo que determina a densidade do solo, levando em consideração as condições de solo degradado. Thaciane da Silva fez uma análise do uso e ocupação do solo na Floresta Nacional do Jamanxim, unidade de conservação localizada em Novo Progresso, no sudoeste do Pará. O estudo apontou que a Flona vem cumprindo seu objetivo de proteger a floresta, mas ainda apresenta altas taxas de desmatamento.

Conservação e biodiversidade – Utilizando técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, o bolsista Augusto Fadu realizou um mapeamento da cobertura vegetal e do uso da terra no Centro de Endemismo Xingu, região com 392 mil quilômetros quadrados, que envolve 88 municípios da Amazônia, distribuídos entre os estados do Mato Grosso, Pará e Tocantins. O resultado do mapeamento destaca, entre outros pontos, que 43% da área é formada por floresta ombrófila densa, 10% por floresta degradada e 23% por pasto sujo.

A pesquisa da bolsista Victoria Terasawa está preocupada se o aumento da área de conservação de espécies vegetais vulneráveis pode contribuir para reduzir o risco de sua extinção da natureza. O trabalho realiza a modelagem da distribuição geográfica da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa), cedro (Cedrela fissilis e C. odorata), cipó-titica (Heteropsis flexuosa) e mogno (Swietenia macrophylla). Além disso, faz uma avaliação da proporção da área de ocorrência encontrada nas unidades de conservação de proteção integral da Amazônia

Hemelyn das Chagas realizou um trabalho que aponta a importância de ações de educação ambiental e gestão de recursos naturais para a melhoria da conservação. A pesquisa foi realizada em parceria com os moradores das comunidades ribeirinhas do rio Capim, abrangendo os municípios de Aurora do Pará, Ipixuna do Pará e São Domingos do Capim.

Analisando 120 amostras coletadas em duas localidades do município de Eirunepé, no Amazonas, a estudante Lorena Araújo apresenta um trabalho sobre a identificação taxonômica dos moluscos da família Hyriidae provenientes da região conhecida como Formação Solimões. É dessa mesma região que são analisados os aspectos paleoambientais, bioestratigráficos e estudos de variação sobre ostracodes, especificamente no município de Atalaia do Norte (AM), temas dos trabalhos de Maurício Brito e Yuri da Costa

A bolsista Lyandra Pereira, atenta aos impactos dos processos biogeoquímicos nos sedimentos e como eles podem alterar a qualidade da água, realizou um trabalho sobre os fluxos de amônio no estuário do rio Marapanim, no Pará. Ainda sobre bacias hidrográficas, o estudante Yago Parente estudou a morfometria da bacia do rio Curuçá, no Pará. A partir desses parâmetros, pode-se compreender melhor os processos geodinâmicos que caracterizam a região.

O potencial da aninga Montrichardia linifera é o nome científico da aninga, planta amazônica conhecida entre populações ribeirinhas e, cada vez mais, entre os cientistas da região. O saber tradicional reconheceu na aninga propriedades que instigam pesquisadores a se dedicarem ao promissor estudo dessa macrófita aquática, nome atribuído às plantas encontradas em brejos e terrenos alagadiços. No Seminário de Iniciação Científica do Museu Goeldi, sete trabalhos se unem aos estudos da aninga.

Levando em conta a capacidade da planta de absorver altos teores de metais, o bolsista Anderson Botelho fez uma avaliação do potencial bioacumulador da aninga, o que pode ser uma importante ferramenta no combate à poluição ambiental. Já o estudante David Brabo observou a influência do tratamento alcalino nas fibras da aninga, avaliando a viabilidade de transformá-las em uma opção às fibras sintéticas. O trabalho de Everton Amaral também estuda a área fibrosa da aninga, numa região mais externa ao caule, com o objetivo de verificar seu potencial de uso como reforço estrutural. Outra pesquisa que recorre às fibras da planta é a de Jucelio Lopes Júnior, que construiu um ecopainel utilizando partículas do caule da aninga para avaliar suas propriedades físicas e mecânicas.

Os bolsistas de iniciação tecnológica Francisco Pires e Leandro Almeida desenvolveram estudos que exploraram o potencial farmacológico da aninga. Outra propriedade da planta estudada foi a sua ação como repelente e larvicida, tema do trabalho de Sandro Chaves.

Para mais detalhes, acesse a programação e o livro de resumos.

 

Texto: Phillippe Sendas.

 

Serviço:

Seminário PIBIC/PIBIT 2018 do Museu Goeldi

Tema: Ciência, Sociedade e Educação: cenários presente e futuro

Data: 25 a 29 de          junho de 2018

Local: Auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emilio Goeldi (Av. Perimetral, 1901, Terra Firme, Belém-PA).